Polícia
Condenação de Felipe Prior por estupro: 'Sempre vai ser uma ferida aberta', diz vítima
Processo segue em sigilo e Prior pode recorrer na Justiça em liberdade
Felipe Prior, um dos protagonistas do BBB 20, foi recentemente condenado a seis anos de prisão em regime semiaberto por estupro, referente a um caso que teria ocorrido em 2014. O processo segue em sigilo e Prior pode recorrer na Justiça em liberdade.
A mulher que acusa o ex-BBB de estupro deu uma entrevista ao Fantástico, da Globo, que foi ao ar neste domingo (16). "Sempre vai ser uma ferida aberta, infelizmente ela faz parte da minha história", disse ela, hoje com 31 anos. "E o que eu posso fazer com ela hoje é mostrar para o mundo que nenhuma mulher merece ter uma ferida dessas."
A mulher acusa Felipe Prior de tê-la estuprado em 2014, quando ele a deu uma carona de uma festa universitária até a casa dela, na zona norte de São Paulo. Ela conta que, mesmo machucada, ficou com medo que outras pessoas ficassem sabendo do ocorrido na época.
"Eu não queria que as pessoas me vissem, me enxergassem e pensassem nisso", disse ao Fantástico. Ela relatou que foi ao médico com a mãe no dia seguinte, mas não quis fazer a denúncia de imediato. "Fui escondendo isso de mim mesma, achava que ia conseguir apagar isso da minha vida."
No entanto, a mulher, que preserva sua identidade, acumulou episódios de crise de pânico e de ansiedade, segundo relatou ao programa. Foi só três anos depois que passou a conversar com as amigas sobre isso. "Foi quando realmente caiu a ficha de que não era minha culpa e de que ele tinha me estuprado."
A mulher conta que, quando viu que Felipe Prior havia entrado BBB, em 2020, teve outro episódio de ansiedade. "Eu só decidi denunciar tudo que aconteceu depois que eu comecei a receber das minhas amigas prints de tweets de outras mulheres falando que tinham sido abusadas e violentadas por ele."
Quem é Felipe Prior?
Felipe Prior tornou-se conhecido ao ser selecionado para participar do grupo de 'anônimos' que integraram o elenco do BBB 20. Na casa, viu a maior parte de seus amigos saindo nas primeiras semanas, e teve uma forte amizade com o ator Babu Santana.
O paredão no qual foi eliminado foi considerado como a maior votação de um reality show na história até então. A Globo divulgou que houve mais de 1,5 bilhão de votos na disputa, que também envolvia Manu Gavassi (que recebeu 42% dos votos) e Mari (0,75%). Felipe Prior saiu com 56%.
Entenda o caso
Segundo informações de uma das advogadas de acusação, Maira Pinheiro, o crime teria ocorrido em agosto de 2014 e a denúncia foi feita em 2020, ano em que Felipe Prior participou do Big Brother Brasil. Ele teria oferecido uma carona à vítima e, depois, teria parado o veículo em uma rua escura e praticado o crime.
Conforme o relato, Prior ainda teria intensificado a violência após pedidos da mulher para que ele parasse. Ele apenas interrompeu o crime depois de causar uma lesão na região genital da vítima. Maira relata que a mulher que acusa o ex-BBB passou por atendimento hospitalar após o caso, mas desenvolveu crises de pânico ao longo dos anos.
Além deste caso de 2014, Felipe Prior ainda responde por mais três processos, em que mulheres também o acusam de estupros que teriam sido cometidos nos anos de 2015, 2016 e 2018.
Em nota, os advogados de defesa informaram que irão recorrer da decisão e declararam que o ex-BBB é inocente. "A sentença será objeto de Apelação, face a irresignação de Felipe Antoniazzi Prior e de sua Defesa, que nele acredita integralmente, depositando-se crédito irrestrito em sua inocência", diz trecho do documento.
"Reafirmando-se a plena inocência de Felipe Antoniazzi Prior, repisa-se ser esse seu status cívico e processual, à luz de presunção de inocência, impondo-se a ele, como aos demais cidadãos em um Estado Democrático de Direito, como o pátrio, respeito, em primazia ao inciso LVII, do artigo 5º, da Constituição Federal brasileira que preconiza que 'ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória', para que não se incorra em injustiças, como muitas já assistidas, infelizmente, em nosso País", acrescentam os advogados. (Estadão Conteúdo)