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Apesar de negar, Lula aposta no ‘toma lá, dá cá‘ para garantir governabilidade

Presidente admitiu que negocia com partidos do Centrão

11 de Julho de 2023 às 23:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na manhã de terça-feira, 11, que é preciso conversar ‘com quem você gosta e com quem você não gosta‘ para construir governabilidade no Congresso Nacional. Durante a live ‘Conversa com o Presidente‘, o chefe do Executivo disse ainda que não ‘negocia com o Centrão‘ e sim com partidos. ‘Sem maioria, você se mata‘.

‘A gente não negocia com o Centrão. O Centrão não é um partido político. O Centrão se junta em razão de determinadas coisas. Habitualmente, você negocia com o partido. O PT, o PSB, o PCdoB, o PDT, o PSD, o União Brasil, Republicanos, PP‘, afirmou.

‘É preciso ter paciência, conversar com quem você gosta, com quem você não gosta, ouvir coisas boas, coisas ruins. Não é a política ‘dando que se recebe‘ que todo mundo fala. Um partido que ganha as eleições precisa construir uma maioria para governar o Brasil‘, afirmou o presidente.

O governo Lula, no entanto, tem sido fiel ao toma lá, dá cá e acelerou a liberação de emendas para influenciar votações importantes no Congresso, como a reforma tributária na semana passada.

Desde o início do ano, o Planalto já liberou (empenhou) R$ 16,3 bilhões em recursos indicados por parlamentares. Desse total, R$ 4,4 bilhões já foram pagos. Além disso, o governo pagou R$ 6,6 bilhões de recursos empenhados em anos anteriores, totalizando R$ 11 bilhões já pagos.

Nos primeiros sete meses de governo, no entanto, o governo petista pagou emendas do orçamento secreto e ainda fez liberação recorde de recursos ainda menos transparentes: as emendas Pix. Tudo para atender o Centrão e evitar um caos na articulação política.

De acordo com o presidente, ‘o ideal seria que o partido elegesse todo mundo‘, o que ‘não é possível‘, segundo ele.

‘Seria importante que a gente não precisasse negociar. O governo fez uma medida provisória e está lá, aprovada por unanimidade. Não é assim. O ideal seria que o partido elegesse todo mundo. Não é possível‘, disse.

Após a aprovação da reforma tributária, o Centrão agora exige mais espaço no governo. Para atender o PP, partido do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), o governo negocia o Ministério do Desenvolvimento Social, hoje comandado pelo ex-governador Wellington Dias (PT-PI). Além disso, o bloco também mira a pasta dos Esportes. (Estadão Conteúdo)