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Bolsonaro reconhece inelegibilidade e diz que País ’caminha para ditadura’

O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, comentou o resultado da decisão do Tribunal Superior Eleitoral que o declarou inelegível pelos próximos 8 anos. ‘Estou inelegível a partir de agora‘, reconheceu Bolsonaro.
O ex-presidente foi a Minas Gerais acompanhar o enterro do ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli.
Bolsonaro falou à imprensa durante passagem por Belo Horizonte e afirmou que o Brasil está num ‘caminho bastante avançado‘ para se tornar uma ditadura, ainda que a decisão judicial tenha sido tomada de forma colegiada. ‘Isso não é democracia‘, disse, após a condenação.
Bolsonaro afirmou que foi condenado ‘pelo conjunto da obra‘ e que o TSE trabalhou contra ele inclusive durante o processo eleitoral. ‘Acredito que hoje (ontem) tenha sido a primeira condenação por abuso de poder político‘, declarou o ex-presidente. ‘Foi uma condenação sem crime de corrupção, mas tudo bem‘, seguiu.
‘Acrescentar camadas de segurança é crime na questão eleitoral? É abuso de poder político defender algo que sempre defendi como parlamentar?‘, reclamou Bolsonaro.
Ele garantiu que a direita brasileira seguirá seu próprio caminho, com ele como cabo eleitoral. ‘Vamos continuar trabalhando.‘
Para Bolsonaro, o Brasil não reconheceu seu ‘esforço‘ em ‘jogar dentro das quatro linhas da Constituição‘. ‘Não gostaria de me tornar inelegível. Hoje (ontem) tomei uma facada nas costas com inelegibilidade por abuso de poder político.‘
O ex-presidente afirmou que quem contribuiu com sua inelegibilidade deveria, ‘por coerência‘, confraternizar com os ditadores Nicolás Maduro, da Venezuela, e Daniel Ortega, da Nicarágua, aliados de Lula. ‘Me tiraram de combate com o Ortega convidado para o Foro de São Paulo‘, reclamou Bolsonaro, sobre o evento que acontece esta semana em Brasília.
Bolsonaro afirmou que a transição de governo foi feita ‘na normalidade‘, apesar da resistência de sua administração em colaborar com a passagem de bastão para o PT. ‘Desde que assumi, falavam que eu iria dar um golpe. Quem fala em golpe no 8 de janeiro não sabe o que é golpe, é analfabeto político. Ninguém dá golpe com senhorinhas com bandeira do Brasil‘, minimizou o ex-presidente sobre os atos do início do ano.
Para Bolsonaro, ainda não há um substituto para Lula nas eleições de 2026, nas quais o presidente pode disputar a reeleição. ‘O TSE poderia estender o mandato de Lula por aclamação‘, afirmou ironicamente o ex-presidente. (Da redação com informações Estadão Conteúdo)