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Lula não confirma se vai receber Zelenski
Presidente brasileiro tenta evitar essa agenda, apesar da pressão internacional
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem uma agenda cheia para o hoje (21), último dia da cúpula do G-7 em Hiroshima, Japão. Já são seis reuniões marcadas, entre chefes de governo e empresários, para além da visita dos chefes de governo ao Parque Memorial da Paz e da sessão conjunta “Rumo a um mundo pacífico, estável e próspero”.
A eventual reunião bilateral com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, no entanto, ainda é uma dúvida. Zelenski pediu formalmente o encontro com o presidente brasileiro. Contudo, Lula se esquivou e ainda não aceitou o convite, apesar da pressão da comunidade internacional. O Brasil tenta adotar uma postura neutra no conflito no Leste Europeu.
Os encontros confirmados são com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau; com o primeiro-ministro da República da Índia, Narendra Modi; com o scretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres; com o primeiro-mMinistro da República Socialista do Vietnã, Pham Minh Chinh; e com o presidente da União das Comores, Azali Assoumani.
Ontem, o presidente ucraniano se reuniu com vários líderes mundiais, após chegar a Hiroshima, no Japão, para a cúpula do G7, enquanto dirigentes do grupo pediram à China para “pressionar a Rússia para que cesse sua agressão” contra a Ucrânia.
Zelensky, que chegou à cidade japonesa em um avião oficial francês, tuitou, depois de aterrissar que a paz ficará “mais próxima” após esta cúpula, um dia depois de conseguir abrir caminho para que os Estados Unidos autorizem a entrega de aviões de combate F-16 à Ucrânia.
Desde sua chegada à cúpula, o presidente ucraniano, que tenta ampliar o círculo de apoio a seu país, reuniu-se com o premiê britânico, Rishi Sunak; a chefe de governo da Itália, Giorgia Meloni; e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, cujo país se nega a condenar a agressão russa na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022. O líder ucraniano também deve se reunir com o presidente americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.
Ontem (20), os países-membros do G-7 e seus convidados para a cúpula de Hiroshima fecharam um comunicado conjunto sem críticas à Rússia pela guerra e com foco na segurança alimentar. Lula é signatário do documento. Na prática, o texto -- resultante da reunião entre os chefes de governo presentes no evento -- alivia o impasse no qual estava mergulhado o presidente brasileiro, que resiste a assinar qualquer comunicado potencialmente hostil a Moscou.
Diamantes russos
Reino Unido e União Europeia (UE) anunciaram ontem restrições contra a indústria de diamantes da Rússia, que tem o comércio avaliado entre US$ 4 e US$ 5 bilhões por ano (R$ 19,8 e R$ 24,8 bilhões) e representa uma importante fonte de receita para o Kremlin.
O G7 se comprometeu, também, a “restringir o comércio e o uso de diamantes extraídos, processados ou produzidos na Rússia”. Emirados Árabes, Índia e Bélgica, membro da UE, estão entre os principais importadores de diamantes russos.
Com Macron
Lula se reuniu ontem com o presidente da França, Emmanuel Macron, no Japão. De acordo com informações do governo brasileiro, os dois conversaram sobre a guerra na Ucrânia e a retomada da relação entre os dois países. Também ontem, Lula discursou na segunda sessão da cúpula do G7 e cobrou responsabilidade dos países ricos para enfrentar os desafios das mudanças climáticas. (AFP)