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Dallagnol: ‘Fui cassado por vingança’
Depois de ficar em silêncio por mais de 16 horas, o ex-procurador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol (Podemos-PR), reagiu ontem à perda de seu mandato de deputado federal se dizendo vítima de uma vingança política. “Hoje o sistema da corrupção está em festa”, disse.
Dallagnol ainda listou quem seriam seus inimigos que estão comemorando a perda de seu mandato: “Gilmar Mendes está em festa, Aécio Neves, Eduardo Cunha, Beto Richa estão em festa”. E acrescentou: “Perdi o meu mandato porque combati a corrupção. Hoje, é um dia de festa para os corruptos e um dia de festa para Lula”.
A presidente do Podemos, Renata Abreu (SP), disse que fará recurso a instâncias superiores para reverter a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ela não detalhou que tipo de recurso fará, mas tem duas opções em vista: uma apelação ao próprio TSE e um recurso no Supremo Tribunal Federal.
Além disso, deputados e senadores de partidos como Podemos, PL e Novo querem incluir na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Anistia um dispositivo para salvar o mandato de Deltan Dallagnol. Uma das ideias consiste em encaixar no texto uma emenda para determinar que qualquer decisão da Justiça Eleitoral referente à perda de mandato parlamentar tenha de passar, obrigatoriamente, pelo crivo da Câmara e do Senado.
A PEC que perdoou irregularidades eleitorais cometidas por partidos nos últimos anos foi aprovada na terça-feira (16) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Antes de seguir para o plenário, porém, a proposta ainda será encaminhada para análise em uma comissão especial.
O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) concluiu que a vaga de Deltan Dallagnol vai ficar com o pastor Itamar Paim (PL) que, inclusive, já aparece como “eleito” no site da Justiça Eleitoral. (Estadão Conteúdo)