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Metas clímáticas demandam dinheiro

06 de Maio de 2023 às 23:01
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Desde a eleição de Lula, o desmatamento na Amazônia brasileira voltou a crescer
Desde a eleição de Lula, o desmatamento na Amazônia brasileira voltou a crescer (Crédito: AGÊNCIA BRASIL)

O Brasil precisa investir 0,5% de seu Produto Interno Bruto (PIB) até 2050 para alcançar suas metas climáticas e de desenvolvimento, conclui um relatório do Banco Mundial que estima que a floresta amazônica pode ser salva. O tempo está se esgotando, já que as crises climáticas poderiam empurrar entre 800 mil e 3 milhões de brasileiros para a pobreza extrema até 2030, adverte Johannes Zutt, diretor do Banco Mundial para o Brasil, citado em um comunicado.

Zutt considera “crucial que o Brasil acelere seus investimentos rumo a um crescimento resiliente e de baixo carbono”.

O relatório explora como o País pode, ao mesmo tempo, satisfazer seus objetivos de desenvolvimento sustentável e reduzir as emissões para cumprir suas metas, como acabar com o desmatamento ilegal até 2028 ou atingir o desmatamento líquido zero (quando cada hectare desmatado é compensado com reflorestamento) e zero emissões líquidas até 2050.

“Para aproveitar ao máximo seu potencial, o Brasil precisaria de investimentos líquidos de 0,5% de seu PIB anual por ano até 2050”, afirma Zutt.

O Banco Mundial não diferencia quanto deve ser investido por regiões ou estados brasileiros, mas grande parte deve ser destinada à Amazônia, “‘especialmente para investimentos em uso do solo”, detalharam técnicos da organização.

Segundo o relatório, a floresta amazônica está chegando a “um ponto de inflexão, com consequências potencialmente drásticas para o povo brasileiro, inclusive no que diz respeito à agricultura, ao abastecimento de água em áreas urbanas, à prevenção de inundações e à geração de energia hidrelétrica”.

Desde a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o desmatamento na Amazônia brasileira voltou a crescer, fechando um dos piores primeiros trimestres de que se tem registro, segundo números oficiais. Imagens de satélite detectaram 356 km2 de cobertura florestal destruída na parte brasileira da maior floresta tropical do planeta. (AFP)