Buscar no Cruzeiro

Buscar

Geral

Bolsonaro só vai depor à PF após ter acesso ao processo

Ex-presidente nega adulteração e reafirma que não tomou vacina

03 de Maio de 2023 às 23:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
O ex-presidente e seu então agente de ordens, Mauro Cid
O ex-presidente e seu então agente de ordens, Mauro Cid (Crédito: EVARISTO SÁ / ARQUIVO AFP (1/5/2022))

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) adotou como estratégia de defesa o discurso de que está à disposição da Polícia Federal (PF), mas que só vai depor sobre a suspeita de falsificação de vacinação depois que tiver acesso aos autos. O processo tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

“A defesa do presidente Jair Bolsonaro, que aqui se encontra, ainda não teve acesso aos autos, nem mesmo ao que diz respeito aos outros investigados”, disse Fábio Wajngarten, que atua como assessor de comunicação do ex-presidente. Segundo ele, foi feita uma petição a Moraes para ter acesso a provas e indícios coletados durante a investigação.

“O presidente virá depor tão logo tenha acesso aos autos. Bolsonaro estará à disposição, como sempre esteve, das autoridades competentes”, justificou Wajngarten, sobre a ausência do ex-presidente ao depoimento agendado para ontem (3) no âmbito da operação Venire, que apura suspeitas de falsificação de informações sobre a vacinação contra a Covid-19.

Operação

Durante busca e apreensão na casa do ex-presidente, no âmbito da Operação Venire, os agentes da PF apreenderam o celular de Bolsonaro. Na mesma ação seis pessoas foram presas, entre elas o ex-agente de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. Os investigadores suspeitam de falsificação nos dados dos cartões de vacinação do ex-presidente, de sua filha Laura, de Cid, sua mulher e de sua filha. Também estão sob suspeita os registros do documento do deputado Guttemberg Reis de Oliveira.

Ao deixar sua casa na manhã de ontem, Bolsonaro alegou que nem ele nem sua filha Laura foram vacinados contra a Covid-19. Ele se disse “surpreso” com a operação e alegou que “não existe adulteração de sua parte” e “que nunca lhe foi pedido cartão de vacina em lugar nenhum”. O ex-presidente ainda afirmou que a ação da PF ocorreu para se “criar um fato”. Além de Cid, foram presos dois assessores diretos seus: o policial militar que atuou na segurança presidencial, Max Guilherme; e o militar do Exército e também segurança pessoal de Bolsonaro, Sérgio Cordeiro.

De acordo com Bolsonaro, seu celular levado pelos policiais não tem senha porque ele não tem nada a esconder. “Nunca me foi pedido cartão de vacina, não existe adulteração da minha parte”, defendeu-se o ex-presidente. “Não tomei vacina porque li a bula da Pfizer, só isso e mais nada”, acrescentou. (Estadão Conteúdo)