Buscar no Cruzeiro

Buscar

Geral

Polícia Federal deve trazer Brennand algemado de Dubai

Equipe chegou ontem aos Emirados Árabes para extraditar empresário

27 de Abril de 2023 às 23:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Histórico de violência do acusado deixa agentes em alerta
Histórico de violência do acusado deixa agentes em alerta (Crédito: REPRODUÇÃO / INSTAGRAM)

Uma equipe da Polícia Federal brasileira desembarcou na tarde de ontem (27) em Dubai, nos Emirados Árabes, para realizar a etapa final do processo de extradição do empresário Thiago Brennand. Acusado pelos crimes de estupro, lesão corporal, cárcere privado e ameaça em ao menos oito processos e tem cinco mandados de prisão expedidos pela Justiça paulista, o empresário deve chegar ao Brasil até o final de semana. Por conta do histórico de violência, Brennand pode viajar algemado.

Fontes da Polícia Federal confirmaram a viagem de um delegado e dois agentes da corporação, além de um agente com treinamento de jiu-jítsu para escoltar Brennand até o Brasil. Normalmente, a escolta de cidadão brasileiro extraditado é feita por dois agentes da PF. O reforço na equipe deve-se ao histórico de violência do detento, que também responde a processos por agressão. Em redes sociais, Brennand apregoava ser lutador e professor de jiu-jítsu.

Desde o dia 17, o brasileiro está preso em Abu Dhabi, para onde a equipe da PF viajará após o desembarque no País. Brennand estava em liberdade condicional, após pagamento de fiança, mas o serviço de inteligência da polícia local descobriu um suposto plano de fuga dele para a Rússia, onde já morou e tem amigos. Na quarta-feira (26), a Embaixada do Brasil nos Emirados Árabes recebeu oficialmente a autorização para a extradição do brasileiro.

Chegando ao Brasil, Brennand deve ser levado à presença de um juiz para audiência de custódia, sendo em seguida encaminhado para um Centro de Detenção Provisória (CDP), provavelmente na capital, para iniciar o cumprimento das prisões preventivas. Antes, deve passar pelo chamado exame médico cautelar em unidade oficial. Pedidos da defesa do réu para que responda aos processos em liberdade já foram negados pela Justiça.

Oficialmente, a PF informou que, por questões de segurança, informações sobre extradição não são reveladas até a sua efetiva realização, ou seja, até que o extraditado seja recolhido ao sistema prisional.

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) informou que, com a presença do acusado em solo brasileiro, o andamento das ações penais abertas contra ele será acelerado, “bem como as demais investigações que estão em andamento no âmbito do Ministério Público”.

Procurada, a defesa de Brennand não se manifestou. A reportagem procurou também a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) do Estado de São Paulo para saber os procedimentos para inclusão do detento no sistema prisional e ainda aguarda retorno

O empresário passou a ser alvo da justiça depois de ser flagrado por câmeras de segurança agredindo a modelo Helena Gomes em uma academia, no interior de um shopping, em São Paulo. Após a repercussão do caso, várias mulheres procuraram a justiça para denunciá-lo por estupros e outros abusos. Em vídeo postado em rede social, Brennand negou esses crimes.

Outros dois processos aos quais Brennand responde têm como vítimas homens -- um garçom e um caseiro, que afirmam terem sofrido ameaças e agressões praticadas pelo empresário. (Estadão Conteúdo)