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Medalhistas olímpicos tentam a glória para o Brasil entre os profissionais do boxe em 2023
Primeiro a subir no ringue para disputar um cinturão é Yamaguchi Falcão
Esquiva Falcão, Robson Conceição e Yamaguchi Falcão foram medalhistas olímpicos e podem somar às suas carreiras um título mundial no profissionalismo nesta temporada. Os quatro pugilistas possuem compromissos importantes até o mês de junho. O trio tem boas chances de colocar o boxe brasileiro em evidência.
O primeiro a subir no ringue para disputar um cinturão é Yamaguchi Falcão. Medalha de bronze nos Jogos de Londres-2012, ele vai disputar o título mundial dos super médios (até 76,204 quilos), da Associação Mundial de Boxe (AMB). A luta está marcada para este sábado (22), na T-Mobile Arena, em Las Vegas, nos Estados Unidos, diante do cubano David Morrell. O sexto colocado no ranking da AMB vai substituir o ganês Sena Agbeko, que teve problema com o visto de trabalho de entrada nos Estados Unidos.
"Eu estava de stand by havia 40 dias, quando assinei contrato, mas não podia anunciar para ninguém. Estava treinando forte aqui na Flórida (EUA) e estou pronto para fazer uma grande luta. Vou pegar o que é meu (o cinturão). Não sou azarão, sou o campeão", disse Yamaguchi, que já está em Las Vegas.
Morrell x Falcão vai ser uma das preliminares do combate entre os pesos leves americanos Gervonta Davis e Ryan Garcia, um dos duelos mais aguardados da atualidade. "Eu estou de sorriso de orelha a orelha. Muito feliz. Estou no meu melhor momento. O Brasil vai ter um novo campeão mundial de boxe. Só estava esperando minha oportunidade", disse o pugilista, de 35 anos, dono de um cartel de 24 vitórias (dez nocautes), um empate e uma derrota. Morrell é mais novo. Tem 25 anos e soma oito vitórias, com sete nocautes. Um detalhe: os dois são canhotos.
"Não conheço o Morrell em treino, mas já o vi pessoalmente. Eu sou Yamaguchi Falcão e as minhas melhores conquistas foram sobre cubanos. Eu estou indo buscar o que é meu. O que Deus me prometeu. Sempre sonhei e acreditei que vou ser campeão mundial. Pode escrever aí: Yamaguchi Falcão, o novo campeão mundial do Brasil. Acredito muito no meu potencial."
ESQUIVA
Esquiva Falcão é o irmão mais novo de Yamaguchi. Também tem no boxe sua paixão. Foi prata em Londres-2012. Ele é o primeiro colocado entre os médios (até 72,575 quilos) da Federação Internacional de Boxe (FIB). A Top Rank, empresa americana que cuida de sua carreira há uma década, deve anunciar nos próximos dias local e data da luta pelo título, que será contra o alemão Vincenzo Gualtieri.
"Estou esperando há muito tempo por esta oportunidade e não vou deixar escapar", disse Esquiva, que viaja no dia 2 de maio para a Califórnia, onde vai encerrar os treinamentos na academia do renomado técnico Robert Garcia. Segundo o boxeador brasileiro, o duelo deve ocorrer nos Estados Unidos no fim de junho ou começo de julho. Aos 33 anos, Esquiva está invicto como profissional, com 30 vitórias, das quais 20 por nocaute.
Já Robson Conceição deverá ter sua terceira oportunidade de ser campeão mundial até o fim do ano. Medalha de ouro no Rio-2016, o pugilista baiano tem combate marcado para 13 de maio, diante do dominicano Nicolas Polanco, em Stockton, Estados Unidos. Em 11º lugar na Organização Mundial de Boxe, Robson já disputou duas vezes o título, mas perdeu em 2021 para o mexicano Oscar Valdez, em decisão bastante contestada, e para o americano Shakur Stevenson no ano passado, também por pontos. O brasileiro, que viaja dia 8 para os EUA, está com 34 anos e soma 17 vitórias, com oito nocautes, além de duas derrotas.
Esquiva, Robson e Yamaguchi têm contratos com empresas americanas. A disputa do título vai servir para aumentar a conta bancária dos três lutadores, que receberam uma "luva" na assinatura do contrato, além de ganharem uma bolsa a cada combate realizado.
O trio espera colocar seu nome ao lado de algumas lendas e atletas de destaque do boxe nacional, como Eder Jofre, Miguel de Oliveira, Acelino "Popó" Freitas, Valdemir "Sertão" Pereira, Rose Volante e Patrick Teixeira, brasileiros campeões mundiais na nobre arte. (Wilson Baldini Jr. / Estadão Conteúdo)