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MST volta a invadir áreas da Suzano; ministro da Agricultura critica comportamento

18 de Abril de 2023 às 23:01
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Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) invadiram na tarde de segunda (17), duas fazendas da empresa Suzano, em Aracruz, no Espírito Santo. As invasões aconteceram pouco mais de um mês após um acordo intermediado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) para a desocupação de outras três áreas da Suzano, invadidas no sul da Bahia. A empresa informou ter entrado com pedido de reintegração de posse, com liminar já concedida pela justiça capixaba.

A nova ofensiva contra áreas produtivas da Suzano faz parte da onda de invasões conhecida como ‘Abril Vermelho‘, que desde o início da semana incluiu atos em 18 Estados, entre eles ocupações e protestos em sedes regionais do Incra no Rio Grande do Norte, Ceará, Sergipe, Paraíba, Brasília, Mato Grosso, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Maranhão, segundo nota divulgada pelo movimento.

Multa

Ainda no final da noite de segunda, o juiz Fabio Luiz Massariol, do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, deu prazo de 24 horas para o MST desocupar as fazendas, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. Também proibiu a invasão de áreas vizinhas e autorizou a requisição e uso de força policial para a retirada dos invasores, em caso de resistência à desocupação voluntária.

O MST informou ter mobilizado 200 famílias para entrar nas propriedades. Alega que as terras fariam parte do patrimônio do Estado e teriam sido griladas. O movimento quer a destinação da área para assentar mais de mil famílias. A invasão das propriedades da Suzano se soma a outras cinco ocupações de fazendas realizadas pelo movimento em Pernambuco no último fim de semana, além da invasão de prédios públicos. O chamado ‘Abril Vermelho‘ lembra a morte de 19 sem-terra pela Polícia Militar, em 1996, em Eldorado dos Carajás, no Pará.

Em nota, a Suzano disse ter sido surpreendida com a invasão, pelo MST, de duas áreas produtivas no Espírito Santo, ‘mesmo em um contexto de diálogo e construção de convergência entre as partes‘, numa referência ao acordo intermediado pelo governo.

A reportagem questionou o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) sobre as novas invasões em áreas da Suzano e aguarda retorno.

Reação da Agricultura

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, repudiou as invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizadas desde o último domingo (16) em propriedades rurais privadas, sedes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e áreas de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). ‘Inaceitável! Sempre defendi que o trabalhador vocacionado tenha direito à terra. Mas à terra que lhe é de direito! A Embrapa, prestes a completar 50 anos, é um dos maiores patrimônios do nosso País‘, escreveu Fávaro, na sua conta oficial do Twitter.

O ministro classificou as invasões como ‘crime‘. ‘O agro produz com sustentabilidade se apoia nas pesquisas e todo o trabalho de desenvolvimento promovido pela Embrapa. Atentar contra isso está muito longe de ser ocupação, luta ou manifestação. Atentar contra a ciência, contra a produção sustentável é crime e crime próprio de negacionistas‘, prosseguiu Fávaro na publicação. (Da Redação com informações Estadão Conteúdo)