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Governo autoriza entrada de navios iranianos
A Marinha do Brasil autorizou, em decisão publicada no Diário Oficial da União na última quinta-feira (23), que dois navios de guerra iranianos atracassem no porto do Rio de Janeiro. A estadia teve início no domingo (26) e os militares iranianos devem ficar na cidade até o sábado (4). A autorização concedida pelo Vice-Chefe do Estado-Maior da Armada, Carlos Eduardo Horta Arentz, contraria solicitação dos Estados Unidos para que não fosse permitida a entrada das embarcações militares em território brasileiro.
A embaixada americana no Brasil declarou preocupação por parte dos Estados Unidos sobre tal presença no Brasil e afirmou que, no passado, os navios iranianos facilitaram ações terroristas e comércio ilícito na região. Em entrevistas a jornalistas em Brasília, a embaixadora Elizabeth Bagley ainda destacou que, apesar da soberania do Brasil em decidir, “nenhum país” deveria autorizar a ancoragem das embarcações.
A movimentação das embarcações iranianas vem causando atrito na relação Brasil-Estados Unidos desde a decisão do governo brasileiro em adiar a ancoragem de ambos os navios no País, um dia antes da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Casa Branca.
Em nota, o congressista Michael McCaul, do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos EUA, avaliou como “totalmente inaceitável” a decisão do governo Lula. Segundo ele, o correto seria proibir a entrada das embarcações militares: “O Irã busca fazer mais avanços na região, e o presidente Biden deve instar o presidente Lula da Silva a rejeitar totalmente qualquer futura atracação desses dois navios”.
A Marinha do Brasil esclareceu que o processo de autorização para a entrada de um navio estrangeiro no País é feito ao Ministério das Relações Exteriores pelo país ao qual as embarcações pertencem.
Blindados Guarani
Não é a primeira vez que o governo brasileiro ignora pedidos de nações aliadas. Recentemente, o País se recusou a atender a pedido de Berlim para envio de munições à Ucrânia, favorecendo os interesses da Rússia no conflito. O presidente Lula, por sua vez, alegou que não valia a pena provocar Moscou e frisou que o objetivo do Brasil é não entrar na guerra.
Em resposta, a Alemanha vetou a exportação de 28 blindados Guarani para as Filipinas, conforme informação do escritório governamental de controle de exportação na Alemanha à revista Veja. Os tanques brasileiros possuem peças e sistemas de origem alemã. Apesar de serem fabricados em Minas Gerais, o governo alemão tem poder sobre o controle da exportação. (Estadão Conteúdo)