Esportes
Abel recusou mais de 15 propostas por orgulho de Palmeiras 'operário'
Além das condições de trabalho que o treinador sempre cita nas coletivas, o que lhe alegra no Palmeiras é a maneira coletiva como seus atletas jogam
Técnico mais longevo da elite do futebol brasileiro, Abel Ferreira explicou por que recusou tantas propostas para permanecer no Palmeiras. Há dois anos no comando do clube com o qual se tornou multicampeão, o treinador argumentou que o trabalho coletivo de seus atletas é o que mais lhe dá orgulho e a razão de ter aceitado renovar há um ano seu contrato até dezembro de 2024.
Além das condições de trabalho que o treinador sempre cita nas coletivas, o que lhe alegra no Palmeiras é a maneira coletiva como seus atletas jogam. "Somos um time de operários", define.
"Todos na nossa equipe defendem e atacam. Somos uma equipe que tem bons jogadores, mas de jogo coletivo. É assim que vejo com meus 28 jogadores", completou.
Segundo falou no fim do ano passado o seu empresário, o português Hugo Cajuda, Abel teve mais de 15 consultas de times da Espanha, França, Itália, Inglaterra, do futebol árabe, entre outros, para deixar o Palmeiras, mas preferiu permanecer.
"Não vamos ganhar sempre, mas me dá orgulho de se treinador desse time. É o maior orgulho que tenho e por isso que às vezes é difícil resistir a tentações vindas de fora, mas eu sou um treinador de projeto e um treinador coração", reforçou o técnico, há dois anos e quatro meses à frente do Palmeiras.
A equipe é de operários, na visão de Abel, mas alguns deles são mais do que isso. Raphael Veiga, principalmente, voltou a se destacar em 2023. Ninguém tem sido mais importante no Palmeiras do que ele. E os números provam: são cinco gols e cinco assistências em dez partidas. Foi o meio-campista que decidiu a vitória por 2 a 1 sobre a Ferroviária. A atuação, com um passe para Menino marcar e um gol, fez Abel se derreter pelo camisa 23.
"Até me arrepio (risos). É o melhor 10 que eu já treinei, de longe", revelou. "Ele é completo. Ele ataca, ele assiste, ele faz gols e faz uma coisa que poucos 10 fazem: volta para recuperar a bola", enalteceu. "Não queria que o treinador da seleção brasileira o convocasse, mas tem muita qualidade", continuou, brincando.
O Palmeiras tem 27 pontos e depende apenas de si para terminar com a melhor campanha da primeira fase do Campeonato Paulista. Basta derrotar o Guarani no próximo domingo em Campinas. Se não o fizer, terá de secar o São Bernardo, que será seu adversário nas quartas de final. Resta definir quem será o mandante da partida. O líder geral tem a vantagem de jogar em casa até a final, caso avance até lá.
"O São Bernardo tem muito menos recurso e faz um campeonato ótimo, tá leve, solto, cheio de confiança. Só vamos garantir o primeiro lugar se vencermos e é o que quero buscar", disse Abel. (Estadão Conteúdo)