Relações internacionais
Vice-presidente Geraldo Alckmin diz que reformas serão mantidas
Alckmin também defendeu um programa de financiamento das exportações, com o objetivo de recuperar espaços nos mercados internacionais

Em encontro ontem (16) com empresários na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que o governo Lula não vai revogar nem a reforma trabalhista nem a da Previdência. Segundo ele, elas podem ser “aprimoradas”, mas não revogadas.
A sinalização vem depois de falas em sentido oposto dos ministros da Previdência, Carlos Lupi, e do Trabalho, Luiz Marinho, assim que tomaram posse. Convidado para a primeira reunião da entidade no ano, Alckmin também disse que o governo vai trabalhar para acabar com a cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) como parte do projeto de reforma tributária.
Segundo ele, esse foi o motivo que levou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a não incluir a reoneração do imposto na lista de medidas fiscais apresentadas na semana passada. “Tinha a possibilidade de ser cancelada a redução de 35% do IPI, e conseguimos que isso não fosse incorporado. A próxima meta é acabar com IPI, e acabar com IPI é pela reforma tributária”, disse.
Ao apontar a reforma tributária, com a unificação de tributos federais em um único imposto sobre valor agregado (o IVA), como o caminho para a eliminação do IPI, Alckmin destacou que as duas propostas de emenda à Constituição que tratam do tema no Congresso convergem para a simplificação de impostos.
Questionado sobre eventuais dificuldades em avançar com a pauta no Legislativo, o ministro considerou que há um consenso sobre a necessidade de diminuir a complexidade do sistema tributário. “Acho que a reforma tributária não é nem de governo nem de oposição, é do País. É senso comum que precisamos sair do cipoal tributário, é um verdadeiro manicômio tributário.”
Exportações
Na reunião, Alckmin também defendeu um programa de financiamento das exportações, com o objetivo de recuperar espaços nos mercados internacionais perdidos para a China, ressaltando que o BNDES passou a ser vinculado a seu ministério.
Ele observou que o Brasil perdeu presença no mercado argentino, um dos principais destinos dos produtos manufaturados, porque a China financia importadores do país vizinho. Alckmin também pediu que os empresários enviem propostas para desburocratização dos negócios -- dizendo que esta é outra frente que tem de ser enfrentada. (Estadão Conteúdo)