Política
Anderson Torres é preso pela PF após desembarcar em Brasília
O ex-ministro teve a prisão determinada na última terça-feira (10) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes

Matéria atualizada à 0h54 deste domingo (15)
A Polícia Federal confirmou, em nota, que cumpriu neste sábado (14) o mandado de prisão preventiva contra o ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres, que foi expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e confirmado pela Corte.
Segundo a PF, Torres foi preso ao desembarcar no aeroporto de Brasília e foi encaminhado à custódia, onde permanecerá à disposição da Justiça. O órgão não informou, contudo, onde Torres, que é policial federal, está custodiado. ‘As investigações seguem em sigilo‘, disse a nota.
Na decisão de prisão, Moraes considerou que houve conivência de Torres com os atos antidemocráticos do último domingo (8) em Brasília, como secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. O ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro estava na Flórida (EUA) em férias com a família no momento dos ataques contra a sede dos Três Poderes da República.
Em reação à prisão, chegou ao Supremo Tribunal Federal, ontem, 14, um pedido de habeas corpus preventivo em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro e de Anderson Torres, alvos de inquérito autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes.
O autor da petição, Carlos Alexandre Klomfahs, bolsonarista, requer a ’expedição de salvo-conduto’ para Bolsonaro e Torres ’desembarcarem no País, e o trancamento da investigação sobre a ofensiva violenta por ’ausência absoluta de indícios mínimos de autoria e materialidade’.
Para o advogado, a inclusão de Torres e de Bolsonaro como investigados nas apurações sobre os atos golpistas se deu ’sem lastro em indícios mínimos’. Os dois se tornaram alvo de investigações a pedido da Procuradoria-Geral da República. Klomfahs alega suposta ’violação ao princípio da imparcialidade do julgador’.
Segundo a petição, a decisão que acolheu os pedidos da PGR e colocou o ex-presidente e o ex-ministro na mira dos investigadores não conta com ’lastro probatório mínimos para instauração de procedimento penal’.
Com relação a Bolsonaro, Klomfahs argumenta que deve ser respeitada sua ’presunção de inocência assegurada, desde os procedimentos preparatórios penais, como o referido inquérito, evitando qualquer eventual prisão midiática’. Até o momento, não há nenhuma ordem de prisão contra o ex-presidente. (Estadão Conteúdo)