Caminhoneiros organizaram greve e novas interdições em estradas ontem (18), após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar o bloqueio de contas de empresários suspeitos de financiar os atos do início de novembro.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou novas obstruções em rodovias federais -- seis vias com fluxo totalmente interrompido. Rondônia é o Estado que mais concentrou bloqueios. Em Mato Grosso, houve três pontos de interdição parcial.

As manifestações também tiveram reflexos na rodovia Castello Branco, bem próximo à entrada da capital paulista. O trecho é administrado pela concessionária CCR ViaOeste, que informou que, na cidade de Barueri, o bloqueio foi desfeito por volta das 20h30 de ontem, após gerar cerca de 9km de congestionamento.

Porém, até o início da noite ainda havia interdição de pistas entre os quilômetros 19 e 30 e 21 e 24, no sentido interior, causando um grande congestionamento. A Polícia Rodoviária e concessionária acompanharam o protesto e orientaram os motoristas para as melhores rotas de fuga.

Áudios que circulam em grupos de WhatsApp confirmam caminhoneiros que sugerem “trancar” as rodovias e, inclusive, resistir à ação policial. Uma pessoa não identificada afirma que pode não desistir do ato mesmo se levar tiros de borracha.

O presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotivos (Abrava), Wallace Landim (conhecido como Chorão), afirmou ao Estadão que a categoria não apoia os bloqueios, que, segundo ele, são planejados por uma pequena parcela de caminhoneiros. “Não é um movimento dos caminhoneiros, é uma ala extremista (...)”, disse.

Há suspeita de que os bloqueios estejam sendo encorajados pelos empregadores desses motoristas, no caso daqueles que trabalham para as empresas que tiveram suas contas bloqueadas pelo STF. A Abrava admitiu acionar a Justiça para pedir indenização aos caminhoneiros autônomos que sejam impedidos de circular pelas rodovias. “Eu já ouvi caminhoneiro autônomo falando que ‘vai passar por cima’, isso é perigoso”, afirmou Chorão.

Os atos são contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial e pedem que haja uma “intervenção federal” para impedir a posse do petista. (Da Redação, com Estadão Conteúdo)