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Eleições 2022

Atos em frente a quartéis ganham força

Manifestações ocorreram ontem, Dia da Proclamação da República, nas principais capitais do País

16 de Novembro de 2022 às 00:01
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População compareceu maciçamente aos protestos marcados para o feriado
População compareceu maciçamente aos protestos marcados para o feriado (Crédito: SÉRGIO LIMA / AFP (15/11/2022))

Manifestantes se concentraram ontem, Dia da Proclamação da República, em frente a quartéis do Exército nas capitais brasileiras e também em cidades do interior. Em Brasília, há um acampamento montado em frente ao Quartel General do Exército que recebeu um grande número de pessoas vindas de outras regiões.

Os organizadores pediram aos participantes para que as declarações ficassem claras: não à censura, à ilegitimidade nas urnas e à corrupção. Também houve orientações, como não sair de perto dos quartéis, não ir para a frente do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) e “não fazer baderna”.

O governo do Distrito Federal determinou o impedimento do trânsito de veículos na Esplanada dos Ministérios e manteve bloqueado o acesso de pedestres à Praça dos Três Poderes, onde fica a sede do STF.

Também houve manifestações em frente a comandos do Exército no Rio de Janeiro e São Paulo. No Rio, milhares de brasileiros vestidos de verde e amarelo se reuniram diante do Comando Militar do Leste, principal quartel general do Exército nesta região, no centro da cidade.

“Não queremos um país comunista, queremos um Brasil melhor”, disse a bancária Lais Nunes, de 30 anos, durante a manifestação no Rio de Janeiro. Muitos carregavam a bandeira do Brasil e entoavam o Hino Nacional toda vez que era reproduzido em um caminhão com alto-falante.

Em Brasília, concentração foi próxima ao Quartel General do Exército e a chuva não dispersou os participantes - SÉRGIO LIMA / AFP (15/11/2022)
Em Brasília, concentração foi próxima ao Quartel General do Exército e a chuva não dispersou os participantes (crédito: SÉRGIO LIMA / AFP (15/11/2022))

Em Brasília, manifestantes faziam referências à Operação Lava Jato, que revelou uma rede de propinas que envolveu políticos e dirigentes de empresas privadas e públicas. No âmbito dessa investigação, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e recém-eleito para seu terceiro mandato, cumpriu 18 meses de prisão, antes de ter suas condenações anuladas por irregularidades processuais.

Uma forte chuva caiu na capital federal no início da tarde, mas muitos permaneceram acampados ou sob abrigos improvisados em frente ao quartel militar, localizado a poucos quilômetros da área central de Brasília, onde a segurança foi reforçada.

Villas Bôas

O general da reserva Eduardo Villas Bôas saiu em defesa das manifestações. Ele defende que os atos são contra os “atentados à democracia”.

Na nota, divulgada em suas redes sociais, Villas Bôas diz que as pessoas que ontem estavam reunidas em frente de quartéis pedindo uma “intervenção federal”, lutam pela independência dos poderes, as ameaças à liberdade, e devido às “dúvidas sobre o processo eleitoral”.

Segundo Villas Bôas, a população tem pedido “socorro” às Forças Armadas. O general também criticou a imprensa por tentar “ignorar” as manifestações.

“Com incrível persistência, mas com ânimo absolutamente pacífico, pessoas de todas as idades, identificadas com o verde e o amarelo que orgulhosamente ostentam, protestam contra os atentados à democracia, à independência dos Poderes, ameaças à liberdade e as dúvidas sobre o processo eleitoral”, diz a mensagem.

O texto também destaca o trabalho das Forças Armadas, com elogios à fiscalização realizada pelos militares no processo eleitoral e aos comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, que, segundo ele, demonstraram “apego aos princípios e valores militares, bem como ao texto constitucional”.

Os comandantes assinaram uma nota conjunta na qual defendiam a garantia de manifestações pacíficas e condenaram “restrições a direitos por parte de agentes públicos” e “excessos cometidos” em atos pelo País. (AFP, Estadão Conteúdo e Redação)

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