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Morre, aos 86 anos, Rolando Boldrin

Corpo será velado na Assembleia Legislativa de São Paulo

09 de Novembro de 2022 às 17:11
Cruzeiro do Sul [email protected]
Rolando Boldrin
Rolando Boldrin (Crédito: DIVULGAÇÃO)

Um nome de referência ao se falar em cultura popular, Rolando Boldrin morreu ontem (9), aos 86 anos, em São Paulo. Ele estava internado há dois meses no Hospital Albert Einstein, segundo informações da assessoria de imprensa da TV Cultura, mas a causa da morte não foi divulgada. O velório será realizado hoje (10), das 8h às 15h, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, e será aberto ao público.

Rolando Boldrin alegrou as manhãs da TV Cultura, estando à frente do programa Sr. Brasil por mais de 15 anos. Com uma trajetória que cruza com a história da televisão brasileira, o apresentador tornou-se, ao longo do tempo, um dos nomes mais respeitados quando o assunto é cultura popular. Dono de uma memória invejável, o também ator e compositor é nome fundamental no resgate e na valorização da música caipira de raiz. Em entrevista ao Estadão, em 2021, disse: ‘E eu tenho 175 obras gravadas, gravei tudo o que você possa imaginar, de ritmos brasileiros, do samba de breque à moda de viola.‘

‘Eu sou o que se pode chamar de um contador de histórias‘, dizia Boldrin todo orgulhoso. Em sua extensa carreira, que começou no rádio e viu os primórdios da televisão no País, foi o primeiro a interpretar, por exemplo, Odorico Paraguaçu, de O Bem Amado, nos anos 1960. ‘Eu fiz a primeira novela da televisão, a segunda, também. Fiz tudo‘, divertia-se o ator, quando entrevistado pelo Estadão, durante a comemoração de seus 85 anos.

Trajetória

Aos 16 anos, Boldrin sai de São Joaquim da Barra, onde nasceu em 22 de outubro de 1936, rumo a São Paulo. Entra no mundo das artes pelo rádio, a partir de 1958, trabalhando como figurante em radionovelas. Aos 22 anos, faz teste na TV Tupi e inicia sua carreira com pequenos papéis. Nos anos 1950, começa a atuar em novelas, como ’A Muralha’ (Record). E a carreira de ator não parou por ai, atuando em ‘Pé de Vento‘ e ‘Os Imigrantes‘ (Bandeirantes), nos anos 1980.

Além de ’O Bem Amado’, em 1960, participou dos longas ’Doramundo’ (1978), ’O Tronco’ (1999) e ’O Filme da Minha Vida’ (2017).

Em 1981, Boldrin mostrou ao País o que era cultura popular, ao comandar o ’Bem Brasil’, na TV Globo. Lá apresentou música regional e sertaneja.

Em 2005, chega à TV Cultura para seu último trabalho: Apresentação e contação de “causos” no programa Sr. Brasil, nas manhãs de domingo. De novo mostrando os ritmos e os temas regionais brasileiros. E valia tudo já escrito em prosa, verso e música - e até história a ser contada. Um programa é vasto, aberto, receptivo. Boldrin só não permitia o que não seja genuinamente nacional.

‘Ele tirou o Brasil da gaveta’ e fez coro com os artistas mais representativos de todas as regiões do país. Em seu programa, o cenário privilegiava os artesãos brasileiros e era circundado por imagens dos artistas que fizeram a nossa história, escrita, falada e cantada, e que já viajaram, muitos deles ’fora do combinado’, conforme costumava dizer Rolando‘, divulgou a direção da TV Cultura, em nota. (Da Redação com Estadão Conteúdo)