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PM usa bombas de gás lacrimogêneo para liberar Castello Branco
Manifestantes tentaram resistir, mas acabaram desistindo
A Tropa de Choque da Polícia Militar utilizou bombas de gás lacrimogêneo para liberar as faixas da Rodovia Castello Branco, na região de Barueri, ontem (2). As pistas estavam parcialmente bloqueadas desde segunda-feira por manifestantes que discordam dos resultados do segundo turno das eleições. A PM informou que outras 109 estradas estaduais também foram liberadas, 135 estão parcialmente liberadas e há 20 interditadas.
No restante do país a situação se repete. O último levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) aponta que 631 ações de interdição ou bloqueios em estradas federais foram desfeitas no país. Segundo o balanço, 15 estados registram ações, sendo que 98 pontos estão interditados e há 52 pontos de bloqueio. Santa Catarina é o estado com mais bloqueios (36), seguido pelo Paraná (10) e pelo Rio Grande do Sul (3). As interdições ocorrem em maior número em Mato Grosso (30), Pará (17), Rondônia (12) e Paraná (10).
No início da noite, o presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para pedir aos apoiadores que liberem as rodovias. ‘O fechamento de rodovias pelo Brasil, prejudica o direito de ir e vir das pessoas, está lá na nossa Constituição. E nós sempre estivemos dentro dessas quatro linhas. Tem que respeitar o direito de outras pessoas que estão se movimentando, além de prejuízo para a nossa economia. Sei que a economia tem sua importância, né, sei que vocês estão dando mais importância a outras coisas agora. É legítimo. Mas eu quero fazer um apelo a você, desobstrua as rodovias. Isso daí não faz parte, no meu entender, dessas manifestações legítimas‘, disse Bolsonaro.
Efeitos dos bloqueios
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nota informando que monitora - junto ao setor regulador - possíveis desabastecimentos de suprimentos de saúde, em face dos bloqueios em rodovias.
O Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), que representa as três maiores distribuidoras de combustíveis do país - Vibra, Raizen e Ipiranga - disse ter ‘grande preocupação‘ diante do ‘risco real de desabastecimento de combustíveis em alguns polos em todo o país‘.
A entidade comentou as medidas tomadas pela Agência Nacional do Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural (ANP) na noite de terça-feira, 1º. O IBP elogiou a suspensão de estoques mínimos, mas criticou pontos como a venda direta de combustível das refinarias aos postos.
O IBP avalia que a permanência de centenas de bloqueios totais e parciais nas estradas, podem impedir o transporte de combustíveis como gasolina, diesel e GLP, das refinarias para postos ou unidades revendedoras. O mesmo acontece com biocombustíveis, como etanol, que saem de usinas produtoras. Em nota, o IBP fala em ‘impacto inevitável na vida das pessoas e na atividade econômica‘.
O instituto ainda apontou a necessidade de se avaliar ‘com urgência e profundidade‘ a flexibilização do percentual de biodiesel no diesel a ser comercializado. Isso porque há dificuldade para fazer chegar esses produtos nas bases de mistura das distribuidoras, atrasando a comercialização de combustível, já em estágio crítico em partes do País, como São Paulo. (Da Redação com informações da Agência Brasil e Estadão Conteúdo)
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