O comitê de campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) entregou ontem (25) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um relatório detalhando a denúncia de que rádios deixaram de exibir inserções da propaganda eleitoral do candidato.

A entrega do relatório atende ao pedido feito pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes, para que fossem apresentados “provas e/ou documentos sérios” sobre a denúncia. A determinação do ministro ocorreu ainda quando a campanha fez as denúncias, na segunda-feira (24).

A acusação foi feita inicialmente pelo ministro das comunicações, Fábio Faria, e pelo coordenador de comunicação da campanha, Fabio Wajngarten. Eles afirmaram que empresa de auditoria contratada constatou que Bolsonaro teve pelo menos 154 mil inserções a menos do que a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em emissoras de todo o País, notadamente no Nordeste.

O relatório encaminhado ontem lista uma diferença de apenas 730 em desfavor de Bolsonaro. O documento cita o caso de oito emissoras de rádio da Bahia e de Pernambuco que teriam apresentado mais inserções do PT do que do PL. No caso específico, entre os dias 7 e 14 de outubro foram 1.835 inserções de Lula e 1.105 de Bolsonaro.

A equipe jurídica de Bolsonaro também incluiu um link de acesso para o estudo completo que embasou a auditoria contratada e afirmaram que os dados foram checados sucessivas vezes. No documento entregue ao TSE, a campanha afirma que o caso foi levado ao tribunal na noite de segunda-feira “em regime de urgência”, por isso só apresentavam dados técnicos parciais.

“Para que se aquilate a gravidade da irregularidade noticiada, a título exemplificativo, pôde-se comprovar, em pequena amostragem de oito rádios (nominalmente referidas), em apenas uma semana, significativa discrepância de 730 inserções, em desfavor da campanha do candidato peticionário”, afirmou a equipe jurídica de Bolsonaro, lembrando ainda a existência de mais de 5 mil emissoras de rádio no País.

O TSE deve, agora, analisar o material e os pedidos de apuração e responsabilização dos envolvidos. O TSE também deverá analisar a solicitação da campanha de Bolsonaro para suspender as inserções da campanha de Lula no rádio em todo o País. (Da Redação)