Política
Candidatos dizem ser contra ampliação de cadeiras no STF
Hoje, a Corte tem 11 ministros, e há debates sobre ampliação das cadeiras para 15
O petista Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, comprometeram-se na noite deste domingo (16), durante o primeiro debate do segundo turno, a não alterar o número de integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF). Hoje, a Corte tem 11 ministros, e há debates sobre ampliação das cadeiras para 15.
Na questão feita sobre a relação entre os Poderes, no programa organizado por Band TV, TV Cultura, UOL e Folha de S.Paulo, Lula foi o primeiro a responder. O petista lembrou que o aumento de cadeiras no STF ocorreu durante a ditadura.
"Não é prudente um presidente da República ter um ministro da Suprema Corte que seja seu amigo", disse. "Estou convencido de que mexer na Suprema Corte para botar amigo é um atraso, um retrocesso", afirmou. Porém, o ex-presidente disse que a situação pode ser discutida se houver uma nova Constituinte.
Já Bolsonaro afirmou que a proposta em tramitação para mudar o número de ministros é de Luiza Erundina, que foi do PT e hoje é do PSOL. "Da minha parte, está feito o compromisso, assim como nunca estudei isso com profundidade", afirmou. "No momento, o PT tem sete ministros, eu tenho dois".
No início de outubro, tanto o presidente quanto seu vice, o senador eleito Hamilton Mourão, mencionaram a possibilidade de aumentar as vagas no STF, caso Bolsonaro seja reeleito. Em entrevista no dia 9, o presidente afirmou que vai decidir isso "depois das eleições" e que deve desistir se o Supremo "baixar a temperatura".
Aliados
O senador eleito Sérgio Moro (União Brasil-PR) voltou à tropa de choque de Bolsonaro. O ex-ministro da Justiça, que deixou o governo em 2020 sob a alegação de sofrer pressões de Bolsonaro para interferir na Polícia Federal, teve acesso ao estúdio e conversou com o presidente. Moro condenou Lula na Lava Jato, mas os processos foram anulados.
Depois do debate, Bolsonaro, ao lado de Moro, falou de corrupção. "Perdemos um pouco com a volta do Lula, interferindo em vários setores. Mas a gente acredita que a Lava Jato volte a ser uma realidade num futuro próximo para o bem do nosso Brasil", afirmou.
Para evitar a repetição do clima tenso do debate do primeiro turno, a Band colocou grades e seguranças para separar correligionários do PT e PL. (Estadão Conteúdo)