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Fachin suspende parte dos decretos que ampliam acesso a armas
O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta segunda-feira (5), trechos de quatro decretos editados em fevereiro do ano passado pelo governo federal com flexibilizações para o porte de armas. A decisão liminar diz que o início da campanha eleitoral ‘exaspera‘ o risco de violência política. ‘O risco de violência política torna de extrema e excepcional urgência a necessidade de se conceder o provimento cautelar‘, escreveu o ministro.
Os processos que contestam a política armamentista do presidente Jair Bolsonaro (PL) já haviam sido colocados em julgamento no plenário virtual do STF. A votação foi suspensa em três ocasiões diferentes por pedidos de vista (mais tempo para análise) - o mais recente feito pelo ministro Kassio Nunes Marques. Sem previsão para a retomada do julgamento, Fachin apontou ‘perigo na demora‘ e decidiu despachar monocraticamente.
O assunto foi levado ao tribunal pelo PSB e pelo PT. Os partidos afirmam que os decretos são inconstitucionais e representam ‘retrocesso‘ em direitos fundamentais, na medida em que facilitam de forma ‘desmedida‘ o acesso a armas e munições pelos cidadãos comuns.
Os partidos argumentam ainda que, embora pretendam disciplinar o Estatuto do Desarmamento, os decretos ferem suas diretrizes e violam o princípio da separação dos Poderes e o regime democrático, uma vez que o Planalto teria assumido a função do Legislativo ao decidir sobre política pública envolvendo porte e posse de armas de fogo. (Estadão Conteúdo)