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Saúde recebe primeira remessa de remédio contra varíola dos macacos

Vacina só deve começar a chegar em setembro

27 de Agosto de 2022 às 00:01
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Vacina está sendo produzida na Europa
Vacina está sendo produzida na Europa (Crédito: PASCAL GUYOT / AFP)

O Ministério da Saúde informou ter recebido, ontem, 26, a primeira remessa do antiviral Tecovirimat para tratar casos graves da varíola dos macacos. Os 12 primeiros tratamentos foram doados pela fabricante, a farmacêutica Siga Technologies. A pasta informou seguir em tratativas com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e com o laboratório para obter mais lotes.

Na quinta-feira, 25, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou por unanimidade a dispensa de registro para que a pasta importasse e utilizasse o medicamento. A dispensa temporária tem validade de seis meses, desde que não seja expressamente revogada pela Anvisa. Em seu voto, a diretora relatora Meiruze Freitas destacou que a liberação excepcional se dá para ‘conferir previsibilidade e agilidade ao acesso a produtos que podem salvar vidas e controlar os danos da monkeypox‘.

A Anvisa baseou sua decisão em relatórios de avaliação de agências sanitárias internacionais, da European Medicines Agency (EMA) e Food and Drug Administration (FDA). Segundo o órgão brasileiro, a cápsula de uso oral é indicada para adultos, adolescentes e crianças com peso mínimo de 13 kg.

Por ora, o tratamento será voltado aos pacientes com quadro grave da doença, conforme o Ministério da Saúde. Os critérios para elegibilidade ficarão a cargo do Centro de Operação de Emergências para Monkeypox (COE), que ‘segue os padrões internacionais de uso do medicamento‘, destacou a pasta, em nota

‘Vale lembrar que a autorização é para uso compassivo apenas em casos graves da doença. Os estudos de eficácia do medicamento ainda estão em curso‘, destacou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em publicação no Twitter.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 8% dos casos no mundo precisaram de internação hospitalar, e 0,1% em unidade de terapia intensiva (UTI).

Vacina

Também na quinta, a Anvisa aprovou a dispensa de registro para que o Ministério da Saúde importe a vacina Jynneos/Imvanex, para imunização contra a varíola dos macacos. O imunizante é destinado a adultos a partir de 18 anos.

Na segunda-feira, 22, o Ministério da Saúde informou que espera receber 50 mil doses da vacina adquiridas através do fundo rotatório da Opas. A previsão de chegada, inicialmente marcada para o fim deste mês, foi adiada para o início de setembro.

A baixa quantidade de doses, segundo afirmou o ministro da Saúde Marcelo Queiroga em coletiva de imprensa no dia 22, será totalmente destinada aos profissionais da saúde que lidam diretamente com pacientes e materiais infectados pelo vírus. ‘Essas 50 mil doses não têm o poder de controlar esse surto‘, admitiu.

Na quarta-feira, 24, a OMS informou que segue a não recomendar a vacinação em massa contra a doença no momento. A organização internacional recomenda ‘vacinação preventiva pós-exposição‘ dentro de quatro dias após a exposição ao vírus. E também de pré-exposição para pessoas com alto risco de exposição - que inclui, mas não se limita, a homens que fazem sexo com homens, que, por ora, representam mais de 95% dos casos com dados sobre orientação sexual. (Estadão Conteúdo)