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Em aceno aos barrados pela Ficha Limpa, Lula fala em rever a lei

18 de Agosto de 2022 às 00:01
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O ex-presidente e seu candidato a vice, Geraldo Alckmin
O ex-presidente e seu candidato a vice, Geraldo Alckmin (Crédito: ALLISON SALES / ESTADÃO CONTEÚDO)

Reduzir as punições para políticos corruptos, modificando a Lei da Ficha Limpa. Essa foi uma das propostas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à Presidência pelo Partido dos Trabalhadores (PT). A posição de Lula foi expressa durante uma entrevista à Rádio Super, de Minas Gerais, na manhã de ontem (17). Para Lula, a Lei da Ficha Limpa, que afasta dos cargos públicos políticos condenados por órgãos colegiados da Justiça, é uma “bobagem”.

“Eu acho que foi uma bobagem a gente fazer a Lei da Ficha Limpa tal como ela foi feita. Às vezes, você pune uma pessoa, e três meses depois ela readquire os direitos de ser candidato outra vez. Eu acho que é preciso a gente dar uma rediscutida na Lei de Ficha Limpa”, comentou o petista, nesta quarta-feira.

O próprio Lula foi afetado pela legislação em 2018, em razão de decisões ligadas à Operação Lava Jato. Na oportunidade, ele havia perdido o direito de disputar cargos públicos, ao ser condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). No mesmo ano, os ministros do TSE negaram a candidatura do ex-presidente com base na Lei da Ficha Limpa. Com a decisão, o PT acabou registrando o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad na disputa presidencial. A chapa encabeçada por Haddad foi derrotada por Jair Bolsonaro.

Depois das eleições, o petista recuperou seus direitos políticos depois da anulação de condenações na Lava Jato, em 2020. A decisão de anular as condenações de Lula foi tomada pelo ministro do STF Edson Fachin, indicado para o cargo pela ex-presidente petista Dilma Rousseff. Fachin deixou, na terça-feira (16) a presidência do TSE, mas continua como membro do colegiado que vai dirigir as eleições deste ano.

Lula disse, em Minas Gerais, que se for eleito pretende rediscutir a Lei da Ficha Limpa. “Essas pessoas cometeram erro, cometeram crime, foram julgadas, mas essas pessoas estão livres e estão fazendo política. Não pode criminalizar porque a pessoa cometeu apenas crime, mas ele já foi julgado, já foi processado, já foi absolvido ou já cumpriu a sua pena. E a vida que segue”, reforçou o ex-presidente Lula. (Da Redação)