Buscar no Cruzeiro

Buscar

Geral

Polícia faz operação contra SindMotoristas em São Paulo

Ação investiga extorsão, apropriação indébita e ocultação de bens

13 de Agosto de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
O deputado cassado Valdevan Noventa é o principal alvo
O deputado cassado Valdevan Noventa é o principal alvo (Crédito: CLEIA VIANA / CÂMARA DOS DEPUTADOS)

A Polícia Civil de São Paulo realizou ontem (12) uma operação em endereços ligados ao Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SindMotoristas). A ação investiga suspeitas de ameaça, extorsão, apropriação indébita, lavagem de dinheiro e ocultação de bens e capitais.

Batizada de Chapelier - Fase I, a operação vem sendo realizada por policiais da 1ª Delegacia Seccional de Polícia (Centro), com investigação e trabalho de inteligência da 1ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco). Entre os principais alvos, está o presidente do sindicato, o ex-deputado federal Valdevan Noventa, cujo mandato pelo PL-SE está cassado, em decisão confirmada pelo Supremo Tribunal Federal em junho, por captação ilícita de recursos para a campanha, abuso de poder econômico e compra de votos.

Ao todo, foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão em São Paulo e Taboão da Serra, na região metropolitana, e em Arauá, no Sergipe. Segundo a Polícia Civil, participaram da ação de ontem 52 delegados de polícia e policiais civis e 20 viaturas, caracterizadas e descaracterizadas.

A ação encontrou um suposto desvio de cestas básicas das empresas de ônibus destinadas aos trabalhadores do sindicato. Também foram apreendidos objetos de valor, documentos, celulares e dinheiro.

Em 2019, Valdevan chegou a ter prisão cautelar decretada, com o argumento do Ministério Público Eleitoral de que estaria “agindo para atrapalhar a investigação sobre fraudes na prestação de contas de sua campanha por meio de doações simuladas” e que estaria “aliciando testemunhas para mentir nos depoimentos a serem colhidos pelo Ministério Público e pela autoridade policial”. A determinação de prisão foi depois revogada.

Em nota, o SindMotoristas destacou que a operação se refere a um inquérito ainda em curso ao qual os advogados da organização não tiveram acesso. “No que tange a transparência, a entidade tem todas as suas contas aprovadas em assembleias e de modo unânime por toda a categoria”, alegou. “Respostas serão oportunamente apresentadas aos autos e aos veículos de comunicação.”

O sindicato ainda salientou que “a diretoria foi surpreendida com a notícia da operação e que seu departamento jurídico está acompanhando o caso. A entidade respeita e se coloca à disposição das autoridades para quaisquer atos que se fizerem necessários ao inquérito policial.” (Estadão Conteúdo)