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Cúpula das Américas discute de meio ambiente à guerra

Bolsonaro diz que encontro com Biden pode ser recomeço na relação

08 de Junho de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
O presidente Biden abre hoje a conferência em Los Angeles.
O presidente Biden abre hoje a conferência em Los Angeles. (Crédito: MANDEL NGAN / AFP)

 

Os EUA sediam nesta semana a Cúpula das Américas de 2022, com suas autoridades com grandes esperanças de que o governo Joe Biden ajude a reparar os danos da era Donald Trump às relações e a reafirmar a primazia do país diante da crescente influência da China na América Latina.

Biden deve presidir a abertura oficial hoje (8), em Los Angeles, da primeira cúpula sediada pelos EUA desde a reunião inaugural em 1994. Ele deve tentar forjar uma visão comum após anos de relativa negligência de seu antecessor que, com seu lema “America First” (Estados Unidos Primeiro), não participou da última cúpula em Lima (Peru) em 2018.

Os temas que devem pautar as discussões dos líderes neste ano é ampla e inclui a imigração irregular, desgaste econômico e social da América Latina, meio ambiente, desigualdade de gênero e até a guerra na Ucrânia.

A questão ambiental é a que mais incomoda o governo brasileiro. A Cúpula das Américas visa um “futuro sustentável”, um desafio de transição ecológica que envolve de um lado os EUA, segundo maior emissor mundial de carbono, e de outro a América Latina, uma das regiões mais impactadas pela crise climática e que não conseguiu reduzir o desmatamento de suas florestas.

Recomeço?

O presidente Jair Bolsonaro, admitiu que o encontro com Biden pode ser um recomeço na relação bilateral entre os países. Questionado em entrevista ao SBT News sobre isso, Bolsonaro confirmou, mas ponderou que tudo “depende do que acontecer”. “Ele não vai, no meu entender, querer impor algo que eu deva fazer na Amazônia. Eu acho que ele me conhece, conhece mais do que a mim, conhece a região. Não podemos relativizar a nossa soberania”, afirmou.

“Cúpula é um evento que sem o Brasil é bastante esvaziado. Terei uma reunião bilateral por 30 minutos com Biden, não sei o que ele vai falar de lá para cá, se entrar na questão ambiental já sei como proceder. Vários países querem relativizar a soberania da Amazônia, como se aquilo fosse algo do mundo, e não é assim. Então não entra na discussão”, afirmou o chefe do Executivo. Ele
defendeu “equipar as Forças Armadas” para “exercer um certo poder de dissuasão” sobre outros países “populosos” interessados na Amazônia.

De acordo com Bolsonaro, há brasileiros que “votaram mais de uma vez” nas eleições americanas, mas isso não será discutido no encontro com Biden. Ele também negou que vá participar do Congresso Conservador da Flórida, que acontecerá no mesmo momento em que estará nos Estados Unidos. (Estadão Conteúdo)