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Pelo Brasil

Atos de 1º de Maio têm baixa adesão de simpatizantes

A pauta econômica também marcou as falas dos pré-candidatos da chamada "terceira via" no 1º de Maio

03 de Maio de 2022 às 00:23
Cruzeiro do Sul [email protected]
Manifestação pró-Bolsonaro na avenida Paulista
Manifestação pró-Bolsonaro na avenida Paulista (Crédito: Bruno Rocha / Estadão Conteúdo)

As principais manifestações de 1º de Maio contra e a favor do governo foram marcadas pela adesão abaixo das expectativas, no último domingo, Dia do Trabalhador -- pelo menos na comparação com atos anteriores.

Simpatizantes do presidente Bolsonaro marcaram presença em várias capitais do país. As principais bandeiras do movimento eram o voto auditável e as liberdades individuais. As maiores concentrações foram registradas em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Brasília e no Recife.

Nesta segunda-feira (2), ao falar com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada, Bolsonaro elogiou a manifestação da avenida Paulista. "Vocês viram quanta gente lá?", pergunta Bolsonaro para apoiadores.

A cerca de três quilômetros da Paulista, na praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu, o ex-presidente Lula comandou uma manifestação menor que a da avenida Paulista. Nem o show de artistas do porte de Daniela Mercury foram suficientes para atrair o público.

Tanto que Lula iniciou sua participação com mais de três horas de atraso, devido ao baixo quórum no horário marcado inicialmente.

Lula começou seu discurso com um pedido de desculpas aos policiais. Na véspera, em encontro com mulheres da zona norte da capital, ele havia dito que o presidente Jair Bolsonaro "não gosta de gente, gosta de policial" -- fala que o fez virar alvo nas redes sociais.

No domingo, falou que os policiais "muitas vezes cometem erros, mas muitas vezes salvam o povo trabalhador. E nós temos que tratá-los como trabalhadores." Nos últimos meses, Lula cometeu gafes que têm sido vistas com preocupação por aliados. É o caso da sugestão de mexer na legislação do aborto.

Os petistas preferiram concentrar os discursos na alta da inflação e nos números do desemprego. Lula falou em regulamentar a atividade dos motoristas de aplicativo e impedir a privatização da Eletrobras.

Nesta segunda-feira (2), Bolsonaro respondeu e chamou o ex-presidente de "cara de pau" por responsabilizá-lo pela inflação no país. "Inflação vem do fique em casa", disse o presidente a seus simpatizantes.

No domingo, Bolsonaro endossou os protestos em que manifestantes estenderam faixas e fizeram discursos com pedidos de destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e em defesa do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). Com isso, apesar de ter evitado citar nominalmente os ministros da Corte, manteve o clima de confronto com o Judiciário.

Em Brasília, Bolsonaro circulou entre os apoiadores, mas evitou discursar no carro de som estacionado na praça dos Três Poderes. "Vim cumprimentar o pessoal que está aqui numa manifestação pacífica e em defesa da Constituição, da democracia e da liberdade", disse ele, em transmissão ao vivo em redes sociais. Em São Paulo, apareceu em um vídeo exibido ao vivo num telão instalado na avenida Paulista, onde manifestantes se aglomeravam. Na mensagem, Bolsonaro cumprimentou os presentes e voltou a citar que os atos eram em defesa da liberdade.

Terceira via

A pauta econômica também marcou as falas dos pré-candidatos da chamada "terceira via" no 1º de Maio. Em Brasília, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) defendeu mais um vez a revisão da reforma trabalhista como forma de combater a precarização do trabalho. A senadora Simone Tebet (MDB-MS) culpou o governo Bolsonaro por não proporcionar "um ambiente político mais equilibrado" e mais comprometido com "os reais interesses do país".

Em vídeos, o ex-governador João Doria (PSDB) divulgou as ações que realizou à frente do governo paulista e Felipe D’Ávila (Novo) criticou a carga tributária. (Da Redação, com informações de Estadão Conteúdo e Agência Brasil)

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