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Imigração

Brasil é o quinto país mais buscado por imigrantes venezuelanos

Só na fronteira entre Santa Elena de Uairén e Pacaraima, em média, cerca de 750 pessoas atravessam, por dia, para o lado brasileiro

30 de Abril de 2022 às 13:43
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Diariamente, centenas de venezuelanos entram no Brasil em busca de uma vida melhor
Diariamente, centenas de venezuelanos entram no Brasil em busca de uma vida melhor (Crédito: Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

Entre olhares desconfiados e cansados, crianças brincando e malas que se amontoam, filas se formam nas tendas da Operação Acolhida, com centenas de venezuelanos que ainda buscam no Brasil um local para recomeçar a vida. Na fronteira entre Santa Elena de Uairén e Pacaraima, cerca de 750 pessoas por dia, em média, atravessam para o lado brasileiro, carregando o que coube em malas e trazendo também expectativas: de encontrar parentes e amigos que já estão no País, de conseguir emprego e de uma nova vida.

Perto dali, mototaxistas aguardam passageiros para cruzar a fronteira, seja vindo ou indo para o país vizinho. A maioria dos motociclistas na região é venezuelana, como Naiber Jesús, que chegou há um ano. Dono de uma moto já bem desgastada, com o guidão amarrado por uma corda, ele veio também de San Félix, mas fez o mesmo trajeto em três dias. Na mesma moto, ele trouxe a esposa e três crianças: um recém-nascido, um menino de quatro anos e uma menina de seis anos. O caçula, que havia nascido na Venezuela, só foi registrado no Brasil.

A falta ou a precariedade de documentos é um dos problemas que a Operação Acolhida enfrenta na hora de registrar a entrada de venezuelanos no país. Segundo o delegado da Polícia Federal de Pacaraima, Luís Henrique Alves, da Costa, há um número expressivo de pessoas sem documentação que chegam ali.

O governo brasileiro tem facilitado a entrada desses imigrantes e a legalização da permanência deles. "Mesmo aqueles que entraram durante o período de fechamento de fronteiras hoje podem procurar uma unidade da Polícia Federal e se regularizar", afirma Lígia Lucindo, diretora do Departamento de Migração do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Entretanto, um outro problema é preocupante: a entrada de crianças e adolescentes desacompanhados. Em 2021, cerca de 5,2 mil crianças chegaram ao Brasil sem documentos ou sem o responsável legal, segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O adolescente F.R. foi um desses menores de idade que tentou cruzar a fronteira, atrás de parte da família que já vive no Brasil.

Desde 2019, o Unicef identificou um aumento de fluxo de crianças desacompanhadas. Segundo Thomas Tancredi, oficial de proteção à criança do Unicef, é feito o trabalho de identificação e retorno para a família. "A gente apoia com passagem e faz todo o acompanhamento – tanto jurídico legal de apoio às instituições do município ou do estado – e também mantém o acompanhamento psicossocial depois que elas já estão no município de destino", explicou. (Agência Brasil)


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