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Morre Newton Cruz, general chefe do SNI

O militar nasceu em 24 de outubro de 1924, no Rio de Janeiro, e entrou para o Exército em 1941

17 de Abril de 2022 às 00:01
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General foi um dos símbolos da ditadura militar
General foi um dos símbolos da ditadura militar (Crédito: DIDA SAMPAIO / ESTADÃO CONTEÚDO (4/5/1999))

Morreu na noite de sexta-feira (15) o general de divisão reformado do Exército Newton Cruz, aos 97 anos, no Hospital Central do Exército, em Benfica, no Rio de Janeiro. O militar foi chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI), entre 1977 a 1983, e do Comando Militar do Planalto. Ele deixa quatro filhos. Cruz será cremado hoje no crematório da Penitência, no cemitério do Caju, na zona norte do Rio.

O militar nasceu em 24 de outubro de 1924, no Rio de Janeiro. Entrou no Exército em 1941, sendo promovido a general-de-brigada em abril de 1976. Naquele ano, Cruz foi nomeado comandante da Artilharia Divisionária, em Pouso Alegre (MG). Um ano depois, deixou o regimento de cavalaria que comandava em Minas Gerais para assumir o cargo de chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI).

Há cerca de sete anos, em 2014, Newton Cruz foi apontado pela Comissão da Verdade como um dos 377 militares que cometeram crimes durante a ditadura. Em 1983, teve seu nome envolvido no caso dos assassinatos do jornalista Alexandre von Baumgarten, ex-diretor da extinta revista “O Cruzeiro”, e sua mulher. Ele negou seu envolvimento e afirmou ter recebido informações sobre a identidade daquele que seria o responsável pelo assassinato, sem revelar o nome.

Em agosto de 1983, Newton Cruz deixou a chefia da Agência Central do SNI e assumiu o Comando Militar do Planalto (CMP) e a 11ª Região Militar.

O militar também foi um dos seis denunciados à Justiça por participação no atentado do Riocentro, realizado em 1981. O MPF acusou o general reformado de ter sabido do atentado com antecedência de pelo menos uma hora e não ter agido para evitá-lo. As denúncias foram arquivadas pelo Tribunal Militar e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) porque os magistrados entenderam que os acusados seriam contemplados pela Lei da Anistia.

O atentado ocorreu no dia 30 de abril de 1981, véspera do Dia do Trabalho, em um show que reuniu milhares de pessoas no Riocentro. A primeira bomba explodiu dentro de um carro no estacionamento do local, ferindo o capitão Wilson Luis Chaves Machado e matando o sargento Guilherme Pereira do Rosário. Na mesma noite, outra bomba foi lançada na subestação de eletricidade do complexo com o objetivo de cortar a energia, sem causar vítimas. (Estadão Conteúdo)