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Petrópolis tem ao menos 136 mortos e 218 desaparecidos

Buscas por sobreviventes continuam, mas esperanças diminuem a cada dia

19 de Fevereiro de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
As equipes de resgate enfrentam muitas dificuldades na buscas por sobreviventes nas encostas.
As equipes de resgate enfrentam muitas dificuldades na buscas por sobreviventes nas encostas. (Crédito: CARL DE SOUZA / AFP)

No terceiro dia de buscas por sobreviventes do temporal que atingiu Petrópolis na terça-feira (15), o número de pessoas desaparecidas subiu para 218 e o de mortos chegou a 136 -- dos quais 84 haviam sido identificados até o fim da noite de ontem. Bombeiros enfrentam dificuldades para chegar a alguns locais, por causa dos escombros e do risco de novos desabamentos.

Funcionários da prefeitura e moradores trabalham com tratores, escavadeiras, pás e até com as próprias mãos para remover entulhos, desobstruir ruas e tentar dar algum ar de normalidade à cidade serrana. Pelo menos 967 pessoas estão desabrigadas.

“Ainda tem muita gente desaparecida”, constata o capitão licenciado do Corpo de Bombeiros Leonardo Farah, que trabalhou nas tragédias de Mariana e Brumadinho e, agora, está voluntariamente em Petrópolis. No primeiro dia após o temporal, Farah conseguiu resgatar duas pessoas com vida dos escombros, uma mulher de 46 e uma criança de 11 anos. Conforme os dias vão passando, no entanto, as chances de ainda encontrar alguém com vida são reduzidas.

Farah contou que há muita dificuldade de locomoção para as equipes de resgate e alguns locais onde houve deslizamento estão praticamente isolados. Além disso, afirmou, em muitos lugares não há sinal de celular. “A cidade está toda destruída, inteiramente colapsada”, lamentou.

O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo (PSB), disse que a cidade tem como principal prioridade o resgate das vítimas, mas assinalou a importância de desobstruir as vias para facilitar o trabalho de todos, até de reconstrução.

Quase guerra

O presidente Jair Bolsonaro sobrevoou na manhã de ontem uma parte da cidade e classificou a região como um cenário “quase que de guerra”. Ao lado de ministros de Estado, do governador do Rio e de outras autoridades, Bolsonaro afirmou que mobilizou diversos ministérios para auxiliar em ações para diminuir os estragos causados pelas chuvas -- em valores, as somas devem ultrapassar R$ 2 bilhões.

Sobre o voo de helicóptero pela cidade, o presidente se demonstrou impactado. “Vimos um ponto localizado, mas de intensa destruição. Vimos também regiões que existiam casas e, perifericamente ao estrago causado pela erosão, imagem quase que de guerra. É lamentável. Tivemos uma perfeita noção da gravidade do que aconteceu aqui em Petrópolis”, afirmou Bolsonaro. (Estadão Conteúdo e Agência Brasil)