Buscar no Cruzeiro

Buscar

Saúde

Caso de hepatite tóxica alerta para produtos que prometem emagrecer

Mulher de 42 anos morreu depois de ter feito um transplante de fígado às pressas por causa do medicamento supostamente natural

04 de Fevereiro de 2022 às 16:16
Cruzeiro do Sul [email protected]
hepatite
Caso de hepatite tóxica alerta para produtos que prometem emagrecer

O caso da enfermeira Edmara Silva de Abreu, de 42 anos, sem problemas de saúde prévios e que chegou ao Hospital de Clínicas de São Paulo com hepatite fulminante, necessitando de transplante imediato de fígado, chamou a atenção da equipe médica. Após uma investigação clínica, o diagnóstico: hepatite tóxica por ingestão de um medicamento supostamente natural. Um composto com 50 ervas que promete perda de peso causou uma lesão irreversível na paciente.

Edmara foi transferida para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital das Clínicas, que é referência em casos de hepatite.

Ela estava na fila para conseguir um transplante de fígado, passou por um coma induzido e finalmente conseguiu realizar a cirurgia, que levou 12 horas, no sábado (29). No entanto, o corpo da enfermeira rejeitou o novo órgão e os médicos atestaram a morte cerebral de Edmara na quarta-feira (2). Na madrugada do dia seguinte ela sofreu uma parada cardíaca e morreu.

Diante desse caso tão grave, a cirurgiã Liliana Ducatti, que acompanhava a paciente, decidiu fazer um alerta em suas redes sociais sobre o assunto. A médica explica que nenhuma medicação deve ser tomada sem acompanhamento médico e garante que não existe remédio milagroso para perda de peso. 

"Nós estamos falando de uma medicação que não é aprovada pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], não é regulamentada e que promete um emagrecimento através de ervas ditas como naturais, e isso sabidamente pode ser maléfico para o fígado. Isso é um perigo para a saúde em geral da pessoa, e especificamente para a saúde do fígado", disse Luciana Ducatti. 

A médica faz um alerta às pessoas que querem emagrecer, destacando que profissionais de saúde são capacitados para dar orientação nesses casos. "Procure um profissional gabaritado. Existem milhares de profissionais gabaritados que estudam, que usam como base a ciência e que podem ajudar. Desde médicos endocrinologistas, nutrólogos, nutricionistas, tem muita gente para ajudar". (Agência Brasil)