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Restaurantes e bares de SP começam a pedir o passaporte da vacina

Pela lei, o comprovante das duas doses da vacina na capital paulista não é obrigatório neste setor

17 de Janeiro de 2022 às 08:18
Cruzeiro do Sul [email protected]
Crédito da foto: Pxhere
Crédito da foto: Pxhere (Crédito: Crédito da foto: Pxhere)

Com o avanço da variante Ômicron do coronavírus, alguns bares e restaurantes na cidade de São Paulo começaram a adotar a exigência do comprovante de vacinação de seus clientes. Ainda não se trata de maioria expressiva dos estabelecimentos - que até o momento preferem adotar os procedimentos obrigatórios do Plano São Paulo de combate à covid-19, como o distanciamento das mesas, oferta de álcool em gel e o uso de máscaras.

Pela lei, o comprovante das duas doses da vacina na capital paulista não é obrigatório neste setor. O passaporte deve ser exigido em festas, bailes e outros eventos semelhantes em clubes e casas noturnas, independentemente da lotação. O passaporte vacinal também é obrigatório em shows, feiras, congressos, jogos e outras atividades da área de eventos.

O Drosophyla Bar, no centro, é um dos que passaram a exigir o comprovante da vacina para os seus clientes. A casa, inclusive, não deixa barato a ironia de alguns negacionistas em seu perfil no Instagram: "Kkk se a vacina impedisse a transmissão...!!!" escreveu uma seguidora do bar. "Não impede, não. Mas como tenho certeza que você sabe, a vacinação reduz a probabilidade de transmissão" respondeu a administradora do perfil da casa.

Cinto de segurança

"Ensaiei pedir (passaporte) ano passado. Já era algo que queria fazer. Estou feliz com os resultados. Na sexta passada, só 4% dos meus clientes estavam sem comprovante. Quem não estava voltou para casa", diz Lilian Varella, proprietária do Drosophyla. "Minha analogia é o cinto de segurança. Você não sabe se vai bater o carro, mas usar o cinto ajuda você a não morrer. Vacina pode não proteger 100%, mas ajuda a não morrer."

Já o Cuia Café, na região central, começou a exigir o comprovante no sábado. A publicação nas redes sociais informando sobre a decisão da casa tinha mais de 2 mil curtidas no domingo à tarde. Quase todas as manifestações são de apoio. Claro, ainda é possível encontrar reações como: "Ok, um direito do restaurante! Tem muitos em São Paulo que eu posso ir sem ter que apresentar nenhum documento. Obrigado", rebateu um seguidor.

"Tomei essa decisão porque pessoas integralmente vacinadas tendem a ter menos carga viral, ainda que contaminadas. E além de terem menos chance de desenvolver a doença em formas mais graves, contraem menos (o vírus) também, Pessoas não vacinadas são mais suscetíveis ao vírus e alvos perfeitos para novas variantes', diz Bel Coelho, proprietária do Cuia Café.

"O propósito de um restaurante é alimentar e entreter e essa atividade é extremamente afetada na crise sanitária que vivemos. O que o setor puder fazer para diminuir a contaminação e fortalecer a luta contra a pandemia será bem-vindo. Vacinação é a arma mais eficaz que temos contra o vírus até o momento. Incentivá-la nos aproxima de um cenário socioeconômico mais favorável à sociedade como um todo", completa Bel.

Nova clientela

No comunicado do Borgo Mooca, a casa explica que o intuito é "proteger nossa família, as famílias dos nossos colaboradores e cada um de vocês". De novo, os mais de 600 comentários no Instagram da casa demonstraram apoio dos clientes.

Além disso, tem quem, nos comentários da postagem, garanta que vai começar a frequentar a casa só por conta da iniciativa. "Parabéns. Ainda não conheço o restaurante, mas já tem todo o meu respeito", disse uma seguidora. "Parabéns pela atitude e não se preocupem porque não vão perder clientes. Os alienados são minoria", completou outra seguidora do perfil da casa no Instagram.

No restaurante Mescla, na Barra Funda, o anúncio também foi feito via Instagram. Lá, a maioria das reações são com emojis positivos (como palmas ou carinhas apaixonadas). "Por essa atitude aí que eu fico mais fã desse restaurante", comentou um cliente.

O Bar dos Arcos, no Theatro Municipal, no centro, e o bar Nu I Cru, na Casa das Caldeiras, na Água Branca, são exemplos dos que já há algum tempo cobram o comprovante. O Nu I Cru, aliás, vem exigindo este comprovante desde a abertura, em novembro.

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) não tem posicionamento fechado sobre as casas que exigem o passaporte. Isso porque, segundo a assessoria da entidade, o passaporte não é obrigatório, mas uma escolha de cada estabelecimento.

Em outras cidades, como o Rio, o passaporte é cobrado para comer na área interna de restaurantes. No Ceará, o comprovante de imunização para frequentar estabelecimentos do tipo é obrigatório desde novembro.

Já o presidente Jair Bolsonaro é crítico da estratégia, apontada por especialistas como importante para reduzir o risco de contágio. (Estadão Conteúdo)

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