Tragédia
Capitólio sente os efeitos do acidente registrado no final de semana
As vítimas, que passeavam com lanchas no lago da represa de Furnas, foram atingidas por uma rocha
As consequências do acidente que matou dez pessoas no cânion de Capitólio, a 288 km de Belo Horizonte, já são sentidas no turismo da cidade, com cancelamentos de diárias em hotéis, passeios e queda no movimento de estabelecimentos como bares e restaurantes.
O acidente ocorreu no sábado (8). As vítimas, que passeavam com lanchas no lago da represa de Furnas, foram atingidas por uma rocha que se soltou de um paredão na região dos cânions. No total, quatro embarcações foram atingidas.
Depois disso, a circulação de barcos e lanchas de passeio está proibida na represa. Às margens da rodovia que liga a cidade a Passos, restaurantes fechados indicam que os turistas já evitam o local, ao menos por enquanto. Nas marinas, as lanchas estão atracadas e quase não há movimento na represa. A região do acidente foi interditada pela Defesa Civil.
Dona de duas pousadas, Karla Cristiane Farias já viu as reservas caírem 50% em uma delas para a próxima semana. “Quem reservou para o final do mês ainda deve estar pensando”, diz, com esperança.
Uma mulher que estava na represa e se feriu estava hospedada em sua pousada. Desde o acidente, ela tem evitado sair do quarto e cancelou o resto da viagem que faria na região, conta a proprietária.
Capitólio tem mais de 40 cachoeiras catalogadas, mas a represa e os cânions são seu cartão-postal. Há cerca de três anos, uma tromba d’água atingiu um grupo de turistas. Depois disso, as cachoeiras passaram a ser monitoradas. Algumas delas têm sirenes e funcionários vigiando as áreas mais altas dos cursos de água. O acidente na represa, diz Karla, mostra fragilidades que precisam ser corrigidas. (Estadão Conteúdo)