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Bahia tem mês mais chuvoso em 32 anos

30 de Dezembro de 2021 às 00:01
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Com 24 mortes, 136 cidades do Estado estão em situação de emergência.
Com 24 mortes, 136 cidades do Estado estão em situação de emergência. (Crédito: LAURA LOPES / AFP)

A Bahia está enfrentando o pior acumulado de chuvas do mês de dezembro desde 1989, informou o governo estadual. Como reflexo desse cenário, 136 cidades do Estado estão em situação de emergência, o que corresponde a praticamente um terço dos 417 municípios baianos. O total de mortos em razão das chuvas chegou a 24 pessoas, enquanto o número de feridos supera 358.

Ao todo, 77 mil tiveram de deixar suas casas. O governo estima que mais de 470 mil pessoas acabaram sendo afetadas pelas chuvas Os números foram atualizados pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec), com base em dados de prefeituras.

No fim de semana, um jovem de 19 anos tornou-se a 21ª vítima das enchentes causadas pelas chuvas na Bahia. Foi a segunda morte registrada em Ilhéus. As outras cidades baianas com vítimas são: Amargosa (2), Itaberaba (2), Itamaraju (4), Jucuruçu (3), Macarani (1), Prado (2), Ruy Barbosa (1), Itapetinga (1), Aurelino Leal (1) e Itabuna (2).

Em Itamaraju, por exemplo, cidade com o maior número de óbitos, foram 769,8 milímetros de chuva em dezembro, quantidade cinco vezes maior do que a média que a climatologia do município indica para o mês (148 mm). Os dados são do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e foram divulgados pelo governo da Bahia.

Climatologista e coordenador do Cemaden, José Marengo explica que a Bahia contou com três principais períodos de chuva ao longo de dezembro: dos dias 1º a 4, de 7 a 12 e, por último, de 23 a 27. Somadas, as três janelas de fortes precipitações agravaram o cenário, uma vez que a infraestrutura do Estado foi ficando cada vez mais comprometida.

Desse modo, mesmo se não houver chuvas em igual proporção às de outros momentos do mês, ele alerta que no atual momento até precipitações mais fracas podem trazer riscos. “O solo está muito úmido, muito saturado. É uma situação catastrófica, pouco frequente na Bahia. Qualquer chuva pode acarretar riscos a partir de agora.”

Para conter os danos causados pela chuva, integrantes do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA) e de outros Estados permanecem empenhados nas operações de atendimento às vítimas. O governo da Bahia também tem feito campanhas para buscar donativos e, desse modo, ajudar a população desabrigada no sul do Estado, região mais afetada pelas enxurradas.

O aumento das chuvas na Bahia é parte do fenômeno chamado de Convergência do Atlântico Sul, quando o ar úmido do continente se encontra com os ventos polares do sul. (Da Redação com Estadão Conteúdo)