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Bancada da Bíblia

Disputa pelo comando divide evangélicos

25 de Dezembro de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Sóstenes Cavalcante.
Sóstenes Cavalcante. (Crédito: DIVULGAÇÃO / CÂMARA)

O comando da Frente Parlamentar Evangélica (FPE), uma das mais poderosas do Congresso Nacional, será motivo de mais um embate na base do governo Jair Bolsonaro. O atual presidente do grupo, deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), tem o aval de sua igreja para ficar por mais uma ano na chefia da bancada, o que rompe com o acordo para um revezamento no cargo entre alas da Assembleia de Deus.

Cezinha, da Assembleia de Deus do Brás -- Ministério de Madureira, foi eleito em dezembro do ano passado para o biênio 2021-2022. Porém, para chegar ao cargo, ele fez um acordo com o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, liderada pelo pastor Silas Malafaia. Conforme anunciaram à época, Cezinha permaneceria no comando da frente em 2021, e Sóstenes, eleito vice-presidente, assumiria a bancada em 2022, ano de eleição.

Agora, o bispo Samuel Ferreira, um dos líderes religiosos do Ministério de Madureira -- que empresta o nome ao deputado --, disse que vai fazer campanha para que Cezinha siga na presidência da frente parlamentar. “Ele hoje é presidente da frente, tirou um ano, e eu vou fazer campanha, ou vou lembrar o que já houve no passado, para continuar mais um ano. É um rapaz que defende esse governo, defende a igreja e defende, acima de tudo, o Deus a quem servimos”, afirmou o bispo no dia 16, diante do presidente Bolsonaro, ministros e parlamentares, durante o culto pela posse do ministro André Mendonça no Supremo Tribunal Federal.

Cezinha de Madureira. - DIVULGAÇÃO / CÂMARA
Cezinha de Madureira. (crédito: DIVULGAÇÃO / CÂMARA)

Numa fala de ascendência sobre o deputado, que olhava para o bispo, Samuel Ferreira disse: “Há 15 anos eu tirei ele de onde estava e fiz dele um filho por adoção meu. Sei que ele tem cabedal e condição de ir mais longe. Todo mundo que está aqui pode ser importante, mas seu pai sou eu. É só isso”.

Ao Estadão, Malafaia reafirmou o acordo feito há um ano e disse que aguardará para ver se Madureira “tem caráter e palavra”. “Vamos ver quem tem palavra ou não. Vamos aguardar para ver se eles têm caráter ou não, e vamos reagir conforme a decisão deles”, disse. “Não apenas tem um acordo como tem uma ata assinada por Cezinha e por toda a direção da frente.”

As alas de Madureira e da Vitória em Cristo protagonizaram outro embate na semana passada, na votação que tratava do projeto de lei que libera cassinos, bingos e jogo do bicho. Historicamente, a bancada evangélica sempre rechaçou os jogos de azar. Nos bastidores, contudo, deputados de algumas denominações têm flexibilizado a posição contra a pauta. (Estadão Conteúdo)

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