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Decisão sobre vacinação infantil é adiada

Posição da Saúde sobre imunização de crianças e adolescentes contra Covid ficou para janeiro

19 de Dezembro de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Vacina da Pfizer para crianças já tem aval da Anvisa.
Vacina da Pfizer para crianças já tem aval da Anvisa. (Crédito: PAUL HENNESSY / SOPA IMAGES / SIPA USA)

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou durante coletiva de imprensa ontem (18), que a decisão sobre a vacinação de crianças e adolescentes dos 5 aos 11 anos contra a Covid-19 só será anunciada no próximo dia 5 de janeiro. A pasta também vai abrir uma consulta pública sobre o assunto. Ele afirmou que o prazo é necessário para a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) analisar o tema.

A imunização de crianças e adolescentes dos 5 aos 11 anos foi aprovada no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última quinta-feira, quando a autarquia concedeu permissão para que a Pfizer acrescentasse esta faixa etária na bula da sua vacina contra a Covid-19. Um dia depois, Queiroga afirmou que a decisão não era “consensual” e precisaria debatê-la com outros órgãos, como o Conselho Nacional de Justiça

“Nós queremos discutir esse assunto de maneira aprofundada, porque isso não é um assunto consensual. Há aqueles que defendem, há os que defendem de maneira entusiástica, há os que são contra, então a gente tem que discutir”, disse, em entrevista na porta do ministério.

Mesmo com aval da Anvisa, cabe ao governo federal fazer a compra das vacinas pediátricas contra Covid e decidir sobre sua inclusão no Programa Nacional de Imunização (PNI). A vacinação de crianças encontra respaldo nas evidências apresentadas até aqui pela Pfizer, que passaram por escrutínio de diferentes agências reguladoras internacionais.

No Brasil, especialistas da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) participaram como consultores externos da análise realizada pela Anvisa e atestaram sobre a segurança e eficácia da imunização nesta faixa etária.

O aval da Anvisa também foi criticado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que durante sua live semanal voltou a assumir tom negacionista contra a imunização e ameaçou divulgar “extraoficialmente” os nomes dos servidores responsáveis pela autorização. Há pouco mais de um mês, funcionários da agência foram alvos de pelo menos duas ameaças de morte direcionadas à imunização de crianças.

Ainda na sexta, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, ordenou que o governo federal anunciasse uma decisão sobre a vacinação nesta faixa etária em 48 horas. 

Intervalo entre doses de reforço cai para 4 meses

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou ontem (18), via redes sociais, que o governo vai reduzir de cinco para quatro meses o intervalo para aplicação da dose de reforço das vacinas contra Covid-19. De acordo com o chefe da Saúde, um dos principais motivos seria ampliar a proteção contra a variante Ômicron.

“A dose de reforço é fundamental para frear o avanço de novas variantes e reduzir hospitalizações e óbitos, em especial em grupos de risco”, publicou o ministro no Twitter. Segundo ele, a portaria com a modificação será publicada amanhã (20). “Informem-se sobre o calendário vacinal de seu município e veja se já chegou a sua vez”, pontuou.

A variante Ômicron, que tem preocupado as autoridades de Saúde, já foi identificada em 89 países, segundo resumo técnico da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado na sexta-feira (17) com dados até o dia anterior. O documento, que atualiza a versão do dia 10 de dezembro, reforça que há evidências consistentes de que a nova cepa tem uma vantagem de crescimento substancial sobre a Delta, espalhando-se mais rápido. (Da Redação, com Estadão Conteúdo)