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Covid-19

Pesquisa mapeia disseminação da variante Delta no Brasil

14 de Novembro de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Variante Delta.
Variante Delta. (Crédito: AGÊNCIA BRASIL)

Uma pesquisa liderada pelo Instituto Butantan identificou os padrões da disseminação da variante Delta do novo coronavírus pelo Brasil e a origem da entrada da linhagem no País. Segundo o instituto, é a primeira vez que esse mapeamento é feito.

As análises mostraram que algumas das dez introduções independentes ocorridas no Brasil até o final de setembro foram relacionadas com amostras da variante Delta em circulação na Austrália e nos Estados Unidos, outras se relacionaram com amostras do Reino Unido. Foi identificada a disseminação da variante por oito Estados brasileiros no primeiro semestre de 2021.

Em relação à transmissão comunitária, que já estava estabelecida desde junho, foram detectadas ao menos quatro cadeias de transmissão independentes: no Rio de Janeiro, em Goiás, no Maranhão e no Paraná.

Para o estudo, foram utilizados dados coletados pela Rede de Alerta das Variantes do SARS-CoV-2 do Estado de São Paulo, conduzida pelo Butantan, que já sequenciou mais de 30 mil amostras do vírus.

Conjunto de dados

Os pesquisadores reuniram um conjunto de dados global e representativo disponível na plataforma Gisaid, iniciativa que fornece acesso aberto a dados genômicos do vírus influenza e do coronavírus. Atualmente, a plataforma reúne 170 mil genomas da variante Delta.

De acordo com o Butantan, a variante Delta é responsável atualmente por 90% dos casos de Covid-19 no Brasil, registrados nos 26 Estados e no Distrito Federal. De acordo com a Rede de Alerta das Variantes do SARS-CoV-2, a Delta predomina no Estado de São Paulo desde a 33ª semana epidemiológica (15 a 21/8). Na 42ª semana epidemiológica (17 a 23/10), ela correspondia a 99,7% das amostras sequenciadas pela rede, seguida pela variante P.1.7 (0,3%).

Os primeiros casos relatados de infecções no País estão associados a um navio cargueiro que partiu da Malásia em 27 de março e que havia passado pela África do Sul antes de chegar ao Brasil, em 14 de maio, transportando mais de 20 tripulantes, seis deles positivos para a Delta.

“Uma das teses apontadas para que a Delta não tenha causado tantos danos aos brasileiros é a vacinação realizada com a Coronavac. No Chile, por exemplo, a variante não causou tantos danos quanto em outros países que não aplicavam a vacina desenvolvida pelo Butantan. Outro fator que contribui com a diminuição dos casos foi a variante Gama, que infectou um alto número de pessoas no País e pode ter gerado uma imunidade na população contra a variante Delta”, divulgou, em nota, o Butantan. (Agência Brasil)