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Tragédia

Vítimas de tragédia da gruta em Altinópolis são veladas

Desmoronamento matou nove bombeiros civis durante treinamento

02 de Novembro de 2021 às 00:07
Cruzeiro do Sul [email protected]
Havia 28 pessoas na caverna; duas estão hospitalizadas
Havia 28 pessoas na caverna; duas estão hospitalizadas (Crédito: DIVULGAÇÃO / PMESP (31/10/2021))

Lágrimas, toque de silêncio, palmas. Essas foram algumas das formas como familiares, amigos e a população de Batatais homenageou nesta segunda-feira (1º) seis das nove vítimas da tragédia na gruta Duas Bocas, em Altinópolis, que foram veladas no Ginásio de Esportes Marinheirão, na entrada de Batatais, a 355 km de São Paulo. Os outros três mortos foram velados nos municípios de Altinópolis, Sales Oliveira e Monte Santo, em Minas Gerais. Dois sobreviventes, de Franca e de Batatais, continuam internados. Outras cinco pessoas que precisaram de atendimento tiveram alta.

O acidente ocorreu no início da madrugada de domingo (31), quando o grupo com 28 bombeiros civis fazia um treinamento dentro da gruta e houve um desmoronamento. Segundo o tenente Veneziani, da Defesa Civil Estadual, que participou das buscas na gruta, 18 pessoas conseguiram sair e foram pedir ajuda para o restante do grupo. As vítimas foram sendo localizadas aos poucos, ao decorrer do dia, após a escavação e a remoção da terra. Um helicóptero foi usado para apoio à operação.

O velório coletivo em Batatais, depois de duas horas restrito a familiares, foi aberto à população às 10h30. Uma celebração ecumênica e mais duas salvas de palmas marcaram o fim do velório, antes dos enterros. Às 15h03, os caixões passaram a ser retirados um a um, sob forte comoção e novos aplausos. Equipes de enfermagem e psicologia prestaram apoio a alguns amigos e familiares das vítimas.

Entre os mortos estão instrutores e outros membros da escola de formação de bombeiro civil. O comandante geral de operações dos Bombeiros Unidos sem Fronteiras no Brasil, Bolívar Fundão Filho, participou da homenagem às vítimas e defendeu o tipo de treinamento que era realizado.

“Quem faz resgate deve se preparar para qualquer situação de emergência. Caverna é um lugar confinado. Dependendo da cidade em que eles atuam, são eles a primeira resposta. Nós temos no Brasil mais de 5400 municípios e só 18% têm a presença de bombeiros militares. Então existe uma lacuna, um vácuo muito grande. Nessas cidades em que não há bombeiros militares, a primeira resposta é bombeiro civil”, disse.

A prefeitura de Altinópolis interditou o acesso à gruta em que ocorreu o acidente e reforçou que fica em uma propriedade particular, não fazendo parte do circuito turístico do município. As prefeituras de Altinópolis e Batatais decretaram três dias de luto. (Da Redação, com Estadão Conteúdo)