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Comitê quer compensação pelo esgoto jogado no Tietê

26 de Outubro de 2021 às 00:01
Marcel Scinocca [email protected]
Estiagem reduziu vazão do rio Tietê em Salto.
Estiagem reduziu vazão do rio Tietê em Salto. (Crédito: Divulgação / Prefeitura de Salto)

Foi apresentada na sexta-feira (22), pelo Comitê de Bacias Hidrográficas do Rio Sorocaba e Médio Tietê (CBH-SMT), a proposta de criação de uma câmara técnica para discutir e propor mecanismos de compensação pelo esgoto lançado no rio Tietê pelas regiões metropolitanas de São Paulo e de Campinas.

O prefeito de Salto, Laerte Sonsin, presidente do Comitê, afirmou ontem (25) que a criação efetiva da câmara deverá ocorrer no próximo encontro, em uma reunião extraordinária, dentro de 20 dias. A câmara deverá ser composta por membros do próprio comitê para avaliar a questão do rio Tietê em relação à poluição, despoluição e eventuais problemas relacionados às cheias. “Tudo que se refere ao rio Tietê será objeto dessa câmara”, diz Sonsin.

O rio Tietê tem mais de 1.100 quilômetros de extensão e nasce na cidade de Salesópolis. Por correr para o interior, ao contrário da maioria dos demais, é considerado como ferramenta importante na colonização do Brasil. O problema relacionado à poluição ocorre quando o rio cruza a capital e sua região metropolitana, recebendo poluição de esgoto e agrotóxico, principalmente.

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) afirmou que executa desde 1992 o Projeto Tietê para a melhoria gradativa da qualidade da água do rio Tietê e seus afluentes na Região Metropolitana de São Paulo, por meio da ampliação dos sistemas de coleta e tratamento de esgoto. “O programa já levou coleta e tratamento de esgoto a 12,4 milhões de pessoas é como se a população de Londres e Paris, somadas, passassem a ter saneamento desde que as obras tiveram início. Isso foi alcançado nos últimos anos por meio das obras executadas nesse importante programa de saneamento”, garante.

Em 1992, início do Projeto Tietê, o índice de coleta de esgoto era de 70% e hoje está em 92%. “Já o tratamento do esgoto coletado saltou de 24% em 1992 para 83% atualmente. Ao todo, a Sabesp investiu US$ 3,1 bilhões na ampliação da capacidade de tratamento de esgoto, que foi quase triplicada, e na construção de 4.700 km de redes coletoras, coletores-tronco e interceptores de esgoto, tubulações que têm a função de coletar o esgoto gerado nas residências e conduzi-lo até as estações de tratamento”, informa.

De acordo com a SOS Mata Atlântica, a mancha de poluição do rio Tietê alcança hoje 85 quilômetros. No início dos anos 1990, ela se estendia por mais de 500 quilômetros em direção ao interior do Estado, chegando até Barra Bonita. (Marcel Scinocca)