Buscar no Cruzeiro

Buscar

Geral

Redes sociais excluem ‘live’ do presidente sobre Aids e vacina

26 de Outubro de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo [email protected]
Presidente atribuiu fala a uma reportagem do ano passado.
Presidente atribuiu fala a uma reportagem do ano passado. (Crédito: REPRODUÇÃO)

Em ação inédita, o Facebook e o Instagram retiraram do ar, no domingo (24), a “live” da última quinta-feira (21) do presidente Jair Bolsonaro. Na transmissão, o chefe do Executivo disse que pessoas que tomaram duas doses da vacina contra o novo coronavírus no Reino Unido estão desenvolvendo Aids. A afirmação foi desmentida por cientistas de todo o mundo e publicada em um site inglês conhecido por espalhar teorias da conspiração.

Ontem, o mandatário brasileiro justificou que a relação entre Aids e vacina foi feita com base em uma notícia da revista Exame, classificando a imprensa como uma “fábrica de fake news”. Contudo, o presidente não retificou suas declarações.

O vídeo de Bolsonaro infringiu a política da empresa em relação à vacina da Covid-19. “O Facebook está apoiando o trabalho da comunidade global de saúde pública para manter as pessoas seguras e informadas durante esta crise. Nosso objetivo é garantir que todos tenham acesso a informações precisas, removendo conteúdo prejudicial e apoiando pesquisadores de saúde com dados e ferramentas”, diz mensagem na página da companhia sobre a atuação da gigante da tecnologia durante a pandemia.

Ambas as redes sociais têm como política a responsabilidade de “reduzir a disseminação de notícias falsas”. O Facebook afirma estar empenhado “em criar uma comunidade mais bem informada e em reduzir a disseminação de notícias falsas”, enquanto o Instagram diz trabalhar “com verificadores de fatos independentes no mundo todo que analisam conteúdo em mais de 60 idiomas”.

Na manhã de ontem, a “live” continuava disponível no canal do YouTube de Bolsonaro. Procurada, a plataforma não respondeu até a publicação desta matéria se pretende impor alguma sanção ao vídeo do presidente.

Exame

A reportagem da Exame a que Bolsonaro se refere foi publicada em outubro de 2020 com o título “Algumas vacinas contra a Covid-19 podem aumentar o risco de HIV?”. A matéria afirma que pesquisadores estavam preocupados que algumas vacinas que usam um adenovírus específico no combate ao coronavírus pudessem aumentar o risco de que pacientes sejam infectados com HIV. No entanto, o revista dizia que, até aquele momento, “não se comprovou que alguma vacina contra a Covid-19 reduza a imunidade a ponto de facilitar a infecção em caso de exposição ao vírus.” (Estadão Conteúdo)