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Moraes manda prender e extraditar blogueiro

22 de Outubro de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo [email protected]
Allan dos Santos.
Allan dos Santos. (Crédito: ELZA FIÚZA / AGÊNCIA BRASIL)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ordenou a prisão preventiva e do blogueiro Allan dos Santos, dono do canal Terça Livre, no âmbito do inquérito das milícias digitais. O ministro ainda determinou que o Ministério da Justiça dê início imediato ao processo de extradição do militante de extrema direita, que está nos Estados Unidos. A Embaixada dos EUA foi comunicada sobre a decretação das medidas.

A decisão foi tomada no dia 5, a pedido da Polícia Federal, e indica ainda que o nome do blogueiro deve ser incluído na lista de Difusão Vermelha da Polícia Internacional (Interpol), para “viabilizar sua prisão, neste País ou em outro”. A Procuradoria-Geral da República foi contra a medida. No mesmo despacho, Alexandre ainda decretou o bloqueio das contas bancárias do blogueiro e remessas de dinheiro.

Em outra decisão, dada no último dia 6, Alexandre ainda acolheu pedido da PF, encampado pelo Ministério Público Federal, e determinou a quebra de sigilo telemático e de transações financeiras de Allan dos Santos. Os dados deverão compreender o período de 1º de janeiro de 2020 até a data do despacho.

Na representação encaminhada ao Supremo, a delegada da PF Denisse Dias Rosas Ribeiro pediu a prisão preventiva de Allan com base na prática frequente dos crimes de ameaça, ataques contra a honra e incitação à prática de crime, assim como a participação de organização criminosa.

“Allan Lopes dos Santos, aderindo voluntariamente sua conduta ao desígnio de outras pessoas, integra organização criminosa voltada à prática dos crimes de ameaça, incitação à prática de crimes, calúnia, difamação, injúria e outros, com o objetivo de auferir vantagem econômica oriunda da monetização e de doações e tendo como consequência a desestabilização do Estado Democrático de Direito”, escreveu.

A delegada afirma que o blogueiro tem migrado a atuação criminosa nas redes sociais para ações práticas “na articulação com agentes públicos e políticos nacionais e estrangeiros, sempre utilizando a aparência de cobertura jornalística para validar seu discurso”. Ela fundamenta que a prisão preventiva garantirá novos dados capazes de sustentar a imputação dos crimes, além de certificar que ele não fuja para outro país e dificulte as investigações. (Estadão Conteúdo)