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Coronavírus

Covid-19 desacelera, mas País chega a 600 mil mortos

Sensação é de que "o pior já passou", mas especialistas pedem prudência

09 de Outubro de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo [email protected]
Vítimas foram homenageadas ontem na praia de Copacabana.
Vítimas foram homenageadas ontem na praia de Copacabana. (Crédito: Mauro PIMENTEL / AFP)

O Brasil atingiu ontem (8) a marca de 600 mil mortos pela Covid-19 -- mais gente do que as populações de sete capitais do País, como Florianópolis e Vitória. Com o avanço da vacinação e a queda de infectados, a doença desacelera -- e cresce nos hospitais e nas ruas a sensação de que o pior foi superado.

Especialistas, porém, destacam que a crise sanitária pode ter reviravoltas e seus efeitos são duradouros. Além do risco de novas variantes, o patamar de vítimas ainda é alto (perto de 500 por dia) e há demanda por doses de reforço e cuidado com as sequelas do vírus. Para quem sofreu na pele, a luta é para seguir em frente, mas fazer com que a tragédia não seja esquecida.

O balanço mais recente, divulgado nesta tarde, contabiliza 600.077 vítimas, segundo o consórcio de veículos de imprensa. Conforme balanço da Fiocruz, entre 12 e 25 de setembro o total de hospitalizados no País caiu 27,7% e o de óbitos, 42,6%. Em 25 Estados, a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid é inferior a 60% -- exceto Distrito Federal e Espírito Santo. “Olhando os dados, consideramos que o pior da pandemia passou”, diz o superintendente de Vigilância em Saúde do governo catarinense, Eduardo Macário.

Em relatório do Observatório da Covid-19, da Fiocruz, o fim da crise sanitária é previsto para os primeiros meses de 2022. “Mas o fim da pandemia não representará o fim da ‘convivência’ com a covid-19, que deverá se manter como doença endêmica e passível de surtos mais localizados”, diz o texto.

Efeito da vacinação

Apesar da demora do governo federal na compra de vacinas e de o próprio presidente Jair Bolsonaro colocar em dúvida a eficácia dos produtos, a adesão aos imunizantes é alta. Diferentemente dos EUA, onde a hesitação resultou em uma nova escalada de óbitos, 69,7% dos adultos já tomaram ao menos uma dose, ante 64% entre os americanos. “A vacinação já está incutida no caráter cultural da sociedade, isso nem as fake news conseguiram destruir”, avalia o médico José Cherem, da Universidade Federal de Lavras (UFLA).

No Rio, 600 lenços brancos foram estendidos na manhã de ontem em varais instalados na areia da praia de Copacabana. A iniciativa da ONG Rio de Paz lembra os 600 mil mortos no Brasil desde o inicio da pandemia. (Estadão Conteúdo)