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ONS pressiona, mas Petrobras não liga termelétrica ‘por risco’

26 de Setembro de 2021 às 00:01
Estadão Conteúdo [email protected]
Baixo nível de reservatórios exige energia das térmicas.
Baixo nível de reservatórios exige energia das térmicas. (Crédito: DIVULGAÇÃO)

O Operador Nacional do Sistema (ONS) pressionou a Petrobras a manter ligada uma termelétrica que precisava de manutenção. Alegando que precisava evitar “falha catastrófica” na estrutura da unidade, a estatal desligou a usina, conforme mostram comunicados que foram trocados entre a Petrobras, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o ONS obtidos pelo Estadão.

Diariamente, é o ONS que determina o que será gerado em cada uma das usinas em operação no País, como forma de distribuir essa geração entre as diferentes fontes e garantir o equilíbrio dessa divisão. Com o nível dos reservatórios das hidrelétricas muito baixos por causa da pior estiagem dos últimos 91 anos, o órgão tem exigido que usinas de geração térmica -- a gás, diesel, biomassa e carvão -- funcionem na capacidade máxima para tentar reter mais água nas barragens. Essas determinações, no entanto, tem testado os limites do sistema.

No primeiro fim de semana de setembro, entre os dias 3 e 5, a Petrobras havia comunicado ao Operador que precisaria paralisar as operações de sua usina térmica de Três Lagoas, uma planta de 386 megawatts de potência instalada em Mato Grosso do Sul, porque tinha de fazer uma manutenção importante na estrutura.

A empresa teve o cuidado de agendar o serviço para o fim de semana, quando o consumo elétrico no País diminui, e apresentou a programação com duas semanas de antecedência. Como é praxe no setor, se tratava de uma parada programada, ou seja, uma operação de rotina. Ocorre que o ONS decidiu rejeitar o pedido, mas ao final a Petrobras realizou a manutenção programada.

No início deste mês, representantes da estatal se reuniram com representantes do setor elétrico, que cobraram detalhes sobre cada uma das plantas térmicas da companhia e o adiamento de suas manutenções. Há casos de usinas que tinham paradas programadas de até 27 dias, por exemplo, e que a companhia se comprometeu em realizar o trabalho em apenas três dias, de forma a manter a geração plena no maior tempo possível. (Estadão Conteúdo)