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Cirurgias eletivas caem 25,9% no 1º semestre

14 de Setembro de 2021 às 00:01
Da Redação com Estadão Conteúdo [email protected]
(Crédito: Ravena Rosa / Agência Brasil)

Mesmo com o avanço da vacinação, a Covid-19 ainda impacta o andamento das cirurgias eletivas no País. Segundo um levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM), os procedimentos tiveram queda de 25,9% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2019, no pré-pandemia.

O pico de infecções, o medo da população e dificuldade para atender a demanda reprimida estão entre os motivos para o problema. Mutirões e pagamentos extras estão entre as estratégias adotadas por Estados e município, como a capital paulista, para tentar reduzir as filas.

Os dados, do Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SIA-SUS), mostram que 4.186.892 procedimentos foram realizados nos primeiros seis meses de 2019. Neste ano, foram 3.099.006.

A queda preocupa integrantes do conselho, que alertam para o risco de agravamento de doenças crônicas, até porque a redução também foi notada nas demais etapas do atendimento, como consultas e exames. O levantamento apontou que o direcionamento de leitos para Covid e a restrição de acesso aos hospitais resultaram em uma queda de 27 milhões no número desses procedimentos.

“Com uma doença desconhecida altamente contagiosa, houve o temor da população, que deixou de procurar os serviços médicos ficando em casa, mas isso tem um preço, que foi atrasar alguns diagnósticos, principalmente nas áreas de câncer e cardiovascular. Algumas cirurgias eletivas podem ser adiadas por um tempo, como as estéticas, de hérnia, de varizes. Outras não são assim”, explica Donizetti Giamberardino, primeiro vice-presidente do CFM.

Na avaliação dele, será necessário um processo de organização para evitar que o quadro se agrave no próximo ano.

Um dos exemplos de fila dado pela entidade foi a de cirurgias cardiovasculares, que contabiliza cerca de 60 mil pacientes aguardando por uma operação, de acordo com dados levantados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV).

Outro ponto de preocupação do CFM é com o controle da pandemia e o impacto das variantes. E em como isso poderá continuar interferindo nos atendimentos eletivos e também na saúde dos pacientes com doenças crônicas.

“Ainda temos um número razoável de pessoas a serem vacinadas. Esse porcentual não vacinado, se infectado pela nova variante, teremos de ver como vai ser a resposta epidemiológica”, diz o coordenador do trabalho Hideraldo Cabeça, primeiro secretário do CFM e diretor de comunicação, tecnologia e informação do órgão. (Da Redação com Estadão Conteúdo)