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7 de setembro

Antes dos atos, presidente sobrevoa a Esplanada

07 de Setembro de 2021 às 00:01
Da Redação com Estadão Conteúdo [email protected]
Apoiadores do presidente iniciaram ontem a concentração.
Apoiadores do presidente iniciaram ontem a concentração. (Crédito: LUIZ SOUZA / FOTOARENA / ESTADÃO CONTEÚDO)

Na véspera de manifestações em apoio ao governo que prometem renovar críticas e ataques ao Judiciário, o presidente da República, Jair Bolsonaro, fez ontem (6), um sobrevoo de helicóptero pela Esplanada dos Ministérios, local escolhido para os atos.

Apoiadores de Bolsonaro começaram ontem a se dirigir para o local, empunhando cartazes com pedidos de fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional.

Além da Esplanada, outro local que o chefe do Poder Executivo sobrevoou de helicóptero ontem foi o Parque Leão, no Recanto das Emas, região administrativa do Distrito Federal a cerca de 30 km do centro da capital. O local é onde parte dos apoiadores do presidente se concentra para os atos.

Em razão da pandemia de Covid-19, não haverá o tradicional desfile de 7 de setembro em Brasília. Uma cerimônia cívica de hasteamento da bandeira será realizada no Palácio da Alvorada, com a presença de autoridades. Ao final, a Esquadrilha da Fumaça fará uma apresentação nos céus da capital federal.

Ataques a Moraes

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou pela redes sociais que os protestos convocados para o Dia da Independência buscam impor um freio a um dos juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) -- supostamente o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news.

O presidente, no lugar de acirrar atritos com o Judiciário, havia adotado a tese de que as manifestações serviriam de defesa das liberdades individuais, notadamente, às de livre manifestação e trânsito.

“Não se busca apoio para enfrentar a Suprema Corte Federal, mas sim um freio em um de seus juízes que já prendeu jornalistas, manifestantes, presidente de partido político e deputado por supostos crimes sem previsão em lei”, destacou Eduardo no Twitter. 

Políticos de 26 países alertam para insurreição contra democracia

Na véspera das manifestações de 7 de Setembro, convocadas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e seus apoiadores, ex-presidentes, intelectuais, parlamentares e ministros de 26 países alertam para o risco de os atos criarem “uma possível insurreição” que “colocará em perigo a democracia no Brasil”. A preocupação com “um golpe de Estado” está formalizada em uma carta divulgada ontem (6).

“Neste momento, o presidente Jair Bolsonaro e seus aliados -- incluindo grupos supremacistas brancos, a polícia militar e funcionários públicos em todos os níveis de governo -- estão preparando uma marcha nacional contra o Supremo Tribunal Federal e o Congresso em 7 de setembro, aumentando os temores de um golpe de Estado na terceira maior democracia do mundo”, diz o documento.

O texto ressalta que autoridades internacionais estão atentas para os acontecimentos no Brasil e não serão tolerantes com qualquer ruptura democrática. “Estamos profundamente preocupados com a ameaça iminente às instituições democráticas do Brasil -- e estaremos vigilantes em defendê-las antes e depois de 7 de Setembro. O povo brasileiro tem lutado durante décadas para garantir a democracia contra o domínio militar. Não devemos permitir que Bolsonaro os tire agora.”

O documento foi divulgado na manhã desta segunda pela Progressive International, uma rede global progressista que monitora o avanço da direita no mundo. (Da Redação com Estadão Conteúdo)