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Sistema Cantareira está em nível crítico

19 de Agosto de 2021 às 00:01
Da Redação com Estadão Conteúdo [email protected]
Ricardo Barros (Progressistas-PR).
Ricardo Barros (Progressistas-PR). (Crédito: ARQUIVO CÂMARA DOS DEPUTADOS)

Sete anos após uma crise hídrica histórica, quando o paulistano recebia bônus se consumisse menos água, o Sistema Cantareira, principal fornecedor de água para a região metropolitana de São Paulo, voltou a atingir nível crítico. Nos últimos cinco dias, os reservatórios operaram em estado de alerta por falta de chuvas. O volume útil chegou a 39,9% no dia 11 e continua caindo. Na sexta estava com 39,7% e, na manhã desta terça-feira, baixou a 39,2%. Mesmo assim, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) descarta desabastecimento.

Para estar em situação normal, o sistema que abastece 7,2 milhões de pessoas por dia, incluindo parte da capital, deveria estar com pelo menos 60% de sua capacidade. Abaixo de 40% é situação de alerta, segundo regras operacionais definidas pela Agência Nacional de Águas (ANA). Documento do Consórcio PCJ (responsável por gerenciar as Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí), afirma que o sistema deve chegar a dezembro com apenas 20,2% do volume útil, situação parecida com a crise hídrica de 2014/15.

Conforme o PCJ, em nenhum mês deste ano as chuvas atingiram a média esperada no Sistema Cantareira. O índice de chuva, até julho, ficou 39% abaixo da média histórica. Este mês, choveu 0,1 milímetro para média histórica de 33,2 mm.

As vazões baixas e a escassez de chuvas levaram a equipe técnica do Consórcio PCJ a entender que tanto o Cantareira como as demais bacias da região estão sob a ação de um evento climático extremo, com potencial para causar impactos ainda em 2021 e com reflexos no próximo ano. “O Sistema Cantareira adentrou o mês de agosto com apenas 41,4% de volume armazenado. No mesmo período do ano passado, operava com 52,2%”, disse o secretário executivo Francisco Lahóz.

Lahóz lembrou que, na crise de 2014/15, foi necessário usar o volume morto, reserva que fica abaixo das tubulações de captação, para não deixar a população sem água. A situação atual, segundo ele, é menos crítica porque há novos sistemas de abastecimento na região. “Em 2018, o governo do Estado inaugurou duas obras importantes, o reservatório de São Lourenço, oferecendo mais 5 metros cúbicos por segundo (m3/s), e a transposição do rio Paraíba, através da Represa do Jaguari, em Igaratá, trazendo mais 7 m3/s, o que soma 12 m3/s para aliviar o Cantareira.” (Da Redação com Estadão Conteúdo)