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53 cidades têm racionamento de água

14 de Agosto de 2021 às 00:01
Da Redação com Estadão Conteúdo [email protected]
Em Itu, mananciais operam com 32% da capacidade.
Em Itu, mananciais operam com 32% da capacidade. (Crédito: DIVULGAÇÃO / CIS)

A seca histórica deste ano já faz pelo menos 53 municípios de cinco Estados racionarem água, afeta a navegação e ainda contribui para o desequilíbrio do ecossistema nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País. Na lista de cidades com rodízio no abastecimento aparecem até centros urbanos grandes, como Curitiba e a região metropolitana.

As bacias dos rios Grande, Paraná, Paranapanema e Paraguai -- que banham São Paulo, Paraná, Minas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul -- estão sob os efeitos da estiagem severa. Segundo o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, por exemplo, o Brasil teve a menor entrada de água nos reservatórios dos últimos 91 anos no período chuvoso de setembro de 2020 a março deste ano.

No Paraná, além da capital, outras 28 cidades da região metropolitana estão com rodízio de 36 horas com água e outras 36 sem fornecimento. A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) disse que a medida foi necessária para afastar a possibilidade de colapso no sistema de abastecimento.

Desde o início de julho, os 170 mil moradores de Itu (SP) recebem água em dias alternados. Os mananciais operam com 32% da capacidade. A Companhia Ituana de Saneamento disse enfrentar a pior estiagem das últimas nove décadas.

Um plano de racionamento foi adotado também em Salto, na mesma região, desde 7 de julho. Os moradores recebem água 12 horas por dia. Em Bauru, 90 mil pessoas abastecidas pelo Rio Batalha também enfrentam rodízio. Em Rio Preto, 100 mil ficam sem água de 13 a 20 horas. A represa municipal, que produzia 450 litros por segundo, agora fornece 300. Quem reincidir no desperdício leva multa de R$ 2,2 mil. Em Santa Fé do Sul, uma das represas secou e a outra opera com meia capacidade.

No Sudeste e Centro-oeste, o último período chuvoso durou menos, o que agravou a seca, que deve durar ao menos até o fim de outubro. “Depois que chove, o tempo de resposta das bacias para normalizar o nível dos rios tem defasagem de dois a três meses”, diz Ibrahim Fantin da Cruz, especialista da Universidade Federal de Mato Grosso. (Da Redação com Estadão Conteúdo)