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Bolsonaro se justifica e volta a criticar STF

01 de Agosto de 2021 às 00:01
Da Redação com Estadão Conteúdo [email protected]
Presidente visitou hospital em Presidente Prudente.
Presidente visitou hospital em Presidente Prudente. (Crédito: MARCOS CORRÊA / PR (31/7/2021))

Alvo de críticas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o presidente Jair Bolsonaro fez ontem (31) uma defesa da atuação do governo durante a pandemia do novo coronavírus. Segundo ele, era preciso atuar em duas frentes “com a mesma responsabilidade”: a do tratamento do vírus e a do desemprego. “Tinha poderes para fechar o Brasil, mas não tranquei um botequim sequer”, disse.

O comentário de Bolsonaro, feito a uma plateia de apoiadores em Presidente Prudente, no interior de São Paulo, repete uma ideia defendida pelo governo desde o início da pandemia. Para especialistas ligados à área médica e mesmo economistas de fora do governo, no entanto, esta ideia traz um falso dilema: o de que tratar do vírus pressupõe prejudicar a economia.

Aos apoiadores, Bolsonaro também voltou a afirmar que o Supremo Tribunal Federal (STF) o impediu de tomar as medidas necessárias durante a pandemia. “Se tivesse autoridade para conduzir o Brasil naquele momento, menos pessoas teriam nos deixado”, afirmou. O Brasil soma atualmente 555.512 mortes pela Covid-19, conforme o Consórcio de Imprensa.

A afirmação do presidente sobre o Supremo, no entanto, é incorreta. Na quarta-feira, o STF já havia rebatido Bolsonaro por meio das redes sociais, afirmando que “uma mentira repetida mil vezes” não se torna verdade. “É falso que o Supremo tenha tirado poderes do presidente da República de atuar na pandemia. É verdadeiro que o STF decidiu que União, estados e prefeituras tinham que atuar juntos, com medidas para proteger a população”, disse o Supremo na ocasião.

No evento de ontem, Bolsonaro também afirmou que o País nunca teve um “time de ministros como eu tenho, escolhidos por critério técnico”. O comentário contrasta com as mudanças mais recentes anunciadas pelo próprio governo, feitas para acomodar apoiadores do Centrão em cargos do primeiro escalão da administração pública.

O senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, foi alocado na Casa Civil, o que consolida a influência da cúpula do Centrão no governo. Com isso, o general da reserva Luiz Eduardo Ramos foi deslocado para a Secretaria-Geral da Presidência. Onyx Lorenzoni (DEM), que estava na secretaria, será o titular do Ministério do Trabalho -- pasta retirada do controle do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Durante o evento em Presidente Prudente, Bolsonaro também afirmou que “muitos deputados e senadores” estão do lado do governo. Ao mesmo tempo, relativizou sua atuação como político. “Não nasci para ser político, nasci para ser soldado”, afirmou. Ex-militar, Bolsonaro foi durante 27 anos deputado federal, antes de se tornar presidente.

Além de participar de passeio de motocicletas em Presidente Prudente, Bolsonaro visitou o Hospital de Esperança, credenciado ao Sistema Único de Saúde (SUS), e se reuniu com prefeitos da região. (Da Redação, com Estadão Conteúdo)