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Bolsonaro anunciará mudanças ministeriais na segunda-feira

Ciro Nogueira deve assumir a Casa Civil e Onyx, o Ministério do Trabalho

22 de Julho de 2021 às 00:01
Da Redação com Estadão Conteúdo [email protected]
Bolsonaro afirmou que mudanças são para continuar governando o País.
Bolsonaro afirmou que mudanças são para continuar governando o País. (Crédito: MARCOS CORRÊA / PR)

O presidente Jair Bolsonaro anunciou ontem (21), que haverá uma “pequena” mudança ministerial na segunda-feira (26). Em entrevista à Jovem Pan Itapetininga, o chefe do Executivo afirmou que os novos ministros foram escolhidos “com critério técnico”, sem dar mais detalhes. Pressionado pelo Centrão e com a popularidade em queda livre, as mudanças visam fortalecer sua base de sustentação no Congresso e sobreviver às crises. A novidade, de acordo com o Estadão, será a entrada do senador Ciro Nogueira (PI), presidente do Progressistas, na Casa Civil. Sem conseguir enfrentar até agora acusações que pesam contra o governo na CPI da Covid no Senado, Bolsonaro vai mudar a articulação política do Palácio do Planalto e desmembrar o Ministério da Economia.

Com a mudança, o Centrão entra agora no núcleo duro do governo, no Palácio do Planalto. O general Luiz Eduardo Ramos, que hoje comanda a Casa Civil, será deslocado para a Secretaria-Geral da Presidência, atualmente nas mãos de Onyx Lorenzoni. Considerado um curinga do governo, Onyx irá para o Ministério do Trabalho e Emprego, pasta que hoje está sob o guarda-chuva da Economia e será recriada.

“É para a gente continuar administrando o Brasil”, comentou Bolsonaro sobre a nova mudança. O chefe do Executivo pontua que sabia que assumir a Presidência “não era fácil, mas realmente é muito difícil”. “Não recomendo essa cadeira para os meus amigos”, declarou. Bolsonaro avalia que seu estado de saúde está bom, após internação na semana passada por conta de uma obstrução intestinal -- e disse que vem trabalhando na mudança que será anunciada na semana que vem.

Trabalho e Emprego é o segundo ministério recriado por Bolsonaro para acomodar a base aliada. No ano passado, o presidente havia relançado o ministério das Comunicações para nomear o deputado Fábio Faria (PSD-RN), que está de malas prontas para o Progressistas e também despacha no Planalto, ao lado de Flávia Arruda (PL) na Secretaria de Governo.

Nos grupos de WhatsApp do Progressistas, parlamentares já começaram a parabenizar Nogueira pelo cargo. Efetivada a nomeação do senador, hoje titular da CPI da Covid, quem assume a vaga no Senado é sua mãe, Eliane Nogueira.

Hipérbole

Também ontem, o presidente Jair Bolsonaro rebateu as críticas sobre as tratativas na compra das vacinas contra a Covid-19 e defendeu que teve cautela nas negociações, em especial com a farmacêutica Pfizer. A principal queixa de Bolsonaro era a de que a farmacêutica não se responsabilizaria por eventuais colaterais do imunizante, o que, segundo fala feita no final do ano passado, “se você virar um jacaré, é problema seu”. Bolsonaro, no entanto, ponderou que a fala não passou de uma brincadeira. “Quando falei de virar jacaré, chama-se hipérbole, uma figura de linguagem”, declarou. “Podia virar bambi também, hipopótamo, elefante”.

Segundo Bolsonaro, a imprensa teria modificado as suas palavras e, “na maldade, dá a entender que o cara vai virar jacaré mesmo”. “Quem nos ataca, não mostra qual é o contrato”, afirmou o presidente. (Da Redação com Estadão Conteúdo)