Buscar no Cruzeiro

Buscar

Geral

Com recuo da pandemia, SP tenta acelerar cirurgias

Procedimentos de mama ou aparelho digestivo, por exemplo, têm déficit

18 de Julho de 2021 às 00:01
Da Redação com Estadão Conteúdo [email protected]
Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto ampliou cirurgias eletivas em 50%.
Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto ampliou cirurgias eletivas em 50%. (Crédito: DIVULGAÇÃO / GESP)

Nas últimas semanas, o avanço da vacinação tem reduzido o número de pacientes da Covid-19 no Brasil. Com isso, governos e hospitais se mobilizam para atender a demanda represada durante a pandemia: cirurgias eletivas (não urgentes), exames e consultas -- adiadas para abrir espaço em unidades de saúde ou evitar contágio. Só na cidade de São Paulo, por exemplo, a fila de espera para cirurgias chegou a 130 mil.

O Brasil realizou 4.046.660 cirurgias, de diversos tipos, no ano passado -- queda de 19% em relação aos 4.999.383 procedimentos de 2019. Para alguns casos, o recuo é ainda maior. Cirurgias de mama caíram 43% no período. Já as de pele ou aparelho digestivo baixaram, respectivamente, 39% e 34%.

Com cerca de 10 mil novos pacientes na fila de espera a cada mês, a rede de saúde chegou a suspender o agendamento de cirurgias eletivas por causa da sobrecarga causada pela Covid. Após melhoras nos índices, os procedimentos na capital paulista começaram a ser retomados em novembro. Esta semana, a gestão Ricardo Nunes (MDB) anunciou que cinco hospitais da Capital passarão a trabalhar até 24 horas por dia a partir do dia 1º.

O ritmo no atendimento, no entanto, ainda é lento. Dados da Secretaria Municipal de Saúde apontam que, entre janeiro e maio, a capital realizou cerca de 6,8 mil cirurgias eletivas, além de 318,8 mil consultas e 216,7 mil exames -- abaixo da demanda natural por mês da cidade. A Prefeitura não informou o tamanho da fila antes da pandemia.

O Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto ampliou em 50% o total de cirurgias eletivas em relação ao que vinha realizando nos meses mais críticos da pandemia: subiu de 400 em maio para 600 em junho e, segundo a administração, o aumento será ainda maior nos próximos meses se mantida a queda da Covid.

Em Campinas, a Prefeitura informou que vai manter o Hospital Metropolitano exclusivo para atendimentos Covid, mas iniciará a transformação dos demais leitos da rede municipal em não-Covid, conforme a queda no número de casos. “Será criada uma comissão com a participação de hospitais da cidade para começar a construir uma política para o enfrentamento de outras patologias e cirurgias que ficaram reprimidas durante a pandemia”, disse, em nota.

Em Mogi das Cruzes, a Santa Casa de Misericórdia já retomou as cirurgias de oftalmologia (catarata), mas o Hospital Municipal continua funcionando exclusivamente para Covid-19 e não há previsão de retomar casos eletivos. Em junho a cidade, tinha 1,6 mil pacientes na fila por cirurgias do tipo. No 1º trimestre de 2020, Mogi fez 1.049 cirurgias eletivas. No mesmo período deste ano, foram apenas 45. A Prefeitura informou que faz o encaminhamento aos hospitais por meio da central de regulação de leitos.

Outros estados

Hoje com ocupação de UTIs no patamar de 60%, o governo de Minas prevê acelerar as cirurgias pagando o dobro do valor de remuneração a hospitais por alguns procedimentos. O Estado quer chegar, ao fim de 2022, com menos fila de cirurgias do que tinha antes da pandemia. Segundo o Estado, em 2019, foram feitas 185 mil operações. Já em 2020, com restrições impostas, foram realizadas 97 mil. Em 2021, foram 26.935 até maio.

A Bahia também prevê retomar cirurgias eletivas nas próximas semanas. A fila de espera é de 50 mil e o total pode chegar a 70 mil se contar casos de maior complexidade. A previsão é de que a situação seja controlada até o fim do ano e são previstos pequenos mutirões. (Da Redação, com Estadão Conteúdo)