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Vacina

Uso da Butanvac deve começar este ano

17 de Julho de 2021 às 00:01
Da Redação com Estadão Conteúdo [email protected]
Dimas Covas acredita que, após os testes, liberação será rápida.
Dimas Covas acredita que, após os testes, liberação será rápida. (Crédito: RONALDO SILVA/ ARQUIVO FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)

O Instituto Butantan planeja o início da vacinação contra a Covid-19 com a Butanvac ainda para este ano. Em entrevista à Rádio Eldorado, ontem (16), o diretor da instituição, Dimas Covas, afirmou ainda que a previsão é que o pedido de uso emergencial seja enviado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em outubro. “Esperamos que a Anvisa seja rápida nessa análise”, destacou Covas. “É possível que tenhamos ainda neste ano a utilização desta vacina.”

A Butanvac é uma das novas candidatas à vacina contra o coronavírus que poderão ser fabricadas com insumos nacionais, com um custo mais baixo de produção em comparação às aplicadas hoje no País. O Butantan tem 10 milhões de doses prontas em estoque.

O instituto deve pedir o uso emergencial do imunizante sem os resultados clássicos de eficácia -- obtidos na fase 3 da pesquisa, com base em dados de infecções e hospitalizações de participantes do estudo. O formato alternativo de testes, porém, ainda não tem consenso entre os cientistas.

Testes

Na atual etapa de testes, iniciada neste mês, os voluntários estão divididos em quatro grupos. O grupo 1 será vacinado com um micrograma; três microgramas serão aplicados no grupo 2. Já o grupo 3 vai receber 10 microgramas. O quarto grupo é vacinado com placebo.

Os voluntários não ficam sabendo em que grupo estão. A partir daí, passam a ser avaliadas a segurança da vacina e qual a dosagem do imunizante será incorporada à vacina definitiva. Nas etapas seguintes, a Butanvac será avaliada em relação à resposta imune que produz.

Após se obter, na fase A, definição da dose adequada, passam a ser vacinados 5 mil voluntários na fase B. Essa segunda fase vai ocorrer em Ribeirão Preto, no interior paulista, e em São Paulo, selecionando pessoas entre as mais de 90 mil que se inscreveram para participar. A segunda fase será um estudo cego envolvendo pessoas que já receberam outras vacinas, pessoas que já foram contaminadas e pessoas não vacinadas.

Se a exigência da fase 3 for mantida pela Anvisa, é possível que os estudos demorem mais do que gostaria o Butantan. Inicialmente, em março, o governo João Doria (PSDB) previa iniciar a aplicação da Butanvac em julho -- prazo já considerado muito curto pelos cientistas, e que não se cumpriu.

Outros institutos brasileiros que desenvolvem vacinas próprias -- como a Universidade Federal de Minas (UFMG) - preveem concluir os testes dos imunizantes na metade de 2022. (Da Redação com Estadão Conteúdo)